A Região de Turismo do Algarve dinamizou mais uma Fam Trip, no dia 19 de abril, desta vez ao concelho de Loulé, sempre com o intuito de dar a conhecer junto dos operadores turísticos e da imprensa regional a diversidade do território algarvio para além do tradicional «sol e praia». Assim sendo, e com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, o «Redescobrir os segredos do Algarve» passou pelo Barrocal, a Beira Serra e a Serra do maior concelho da região, numa visita que pretendeu mostrar a potencialidade turística destas zonas marcadas pela desertificação, mas que ilustram um Algarve genuíno que mantém as suas tradições, catapultada para o século XXI por diversos projetos na área do turismo criativo. “Temos em marcha o «Loulé Criativo», que tem em vista promover o turismo, aliando-o ao território. Uma das nossas grandes lutas é, sem dúvida, a coesão territorial”, afirmou Pedro Pimpão, vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé, durante a receção da comitiva nos Paços do Concelho. “Quase todos os concelhos do Algarve possuem litoral, mas a RTA tem tido a preocupação de apresentar nestas iniciativas aquilo que normalmente está mais «escondido», o que é menos conhecido ou está menos visível em termos mediáticos”, acrescentou Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve.

O Mercado Municipal, um dos maiores ex-líbris da cidade e o local mais visitado em Loulé pelos turistas nacionais e estrangeiros, foi o ponto de partida da jornada. O espaço é conhecido pela diversidade dos produtos tradicionais frescos, do peixe aos legumes, passado pelo mel, enchidos e outros, mas também pela beleza da sua traça arquitetónica de características neoárabes, com os seus quatro imponentes torreões. Logo ao lado do Mercado, paragem para se observar a escultura da «Vendedora», em homenagem a uma figura bem típica de quem ali comercializa a alfarroba, a laranja, a amêndoa ou o figo, e que só concorre em termos de popularidade junto das objetivas dos turistas com a escultura do poeta António Aleixo, à porta do Café Calcinha.


Os operadores e jornalistas apreciaram o interior do recém-remodelado Calcinha, um dos «Cafés Portugueses com História», espaço de tertúlia louletana durante décadas e muito associado à vida e obra de António Aleixo. Continuando na Zona Histórica de Loulé, o destino seguinte foi a Cerca do Convento Espírito, antigo convento de freiras franciscanas que alberga atualmente o «Loulé Design Lab», um laboratório de criação, investigação e experimentação onde são disponibilizadas condições para a formação e fixação de uma comunidade criativa, com o design como eixo de ação.

Porta de entrada no casco medieval da cidade, a Ermida de Nossa Senhora da Conceição é um dos mais importantes edifícios eclesiásticos do Concelho e, como tal, foi um ponto de visita obrigatória desta Fam Trip. Construído após a Restauração, destaca-se no seu interior o altar em madeira coberta em ouro oriundo do Brasil, bem como os azulejos do século XVIII que retratam a vida da Virgem Maria. Logo ali ao lado, na Alcaidaria do Castelo, a comitiva teve a oportunidade de ver os vestígios da ocupação deste concelho ao longo dos séculos, no Museu Municipal. Depois, uma oportunidade rara para conhecer de perto os Banhos Islâmicos, os únicos banhos públicos a descoberto em Portugal, postos a nu no desenrolar das obras de requalificação da Zona Histórica de Loulé. Ali, a arqueóloga Isabel Luzia, falou da importância destes Banhos durante a ocupação muçulmana e do interesse da Autarquia em musealizar o espaço.

Durante a manhã houve ainda tempo para uma passagem na Casa da Empreita e na Oficina do Caldeireiro, ambas do projeto «Loulé Criativo», iniciativa que aposta na valorização da identidade do território, tendo como força motriz a criatividade e a inovação e apoiando a formação e atividade de artesãos e profissionais do setor criativo e contribuindo para a revitalização das artes tradicionais e para a dinamização de novas abordagens ao património imaterial. Mas também houve lugar a uma passagem pelo Pólo Museológico dos Frutos Secos, situado numa pequena unidade fabril de transformação e comercialização de frutos secos, desativada na década de 90 do século passado.


No almoço em Querença, os participantes na Fam Trip da Região de Turismo do Algarve ao concelho de Loulé puderam degustar algumas das tradicionais iguarias desta aldeia conhecida também pela sua gastronomia. A visita prosseguiu depois para em Salir, nomeadamente no novo espaço criado na antiga escola primária que serve de posto de turismo e de área de venda de produtos tradicionais, em mais uma aposta na valorização das artes e ofícios tradicionais.

Para encerrar a jornada visitou-se a Quinta da Tôr, cujos proprietários, cientes das qualidades do Barrocal, recuperaram a vinha ali existente e construíram uma adega. O microclima, as temperaturas baixas no Inverno e quentes no Verão, favorecem boas e equilibradas maturações das cinco castas de tintos e três de brancos que esta terra tem para oferecer. A produção começou em 2013 e, neste momento, a Quinta da Tôr tem já projetos de valorização na área do enoturismo.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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