No dia 24 de maio, pelas 21h30, o Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé recebe mais uma sessão do Ciclo de Conferências «Horizontes do Futuro», desta vez com a participação do arqueólogo Cláudio Torres. O responsável pelo Campo Arqueológico de Mértola apresentará como tema «Mouros e Cristãos», abordando o período de Ocupação Árabe e Reconquista Cristã, a influência e a herança muçulmana, particularmente no Sul do País, com destaque para os Banhos Islâmicos de Loulé, um dos mais importantes e mais bem conservados em toda a Península Ibérica.

Nascido em 1939, Cláudio Torres é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora (2001). É fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mértola. Recebeu o Prémio Pessoa em 1991 e, em 1993, foi investido pelo Presidente da República com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Tem desempenhado diversas funções na área do Património: desde 2006, é membro do Conselho Consultivo do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR); entre 1974 e 1986, foi docente de várias cadeiras ligadas à História Medieval na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; entre 1986 e 1996, foi chefe da Divisão Sociocultural da Câmara Municipal de Mértola; entre 1996 e 2002 (data da sua reforma), foi diretor do Parque Natural do Vale do Guadiana; em 2001, foi o representante de Portugal no Comité do Património Mundial da UNESCO; entre 1996 e 2007, presidiu à Comissão Nacional Portuguesa dos Monumentos e Sítios – ICOMOS; entre 2004 e 2012, foi o coordenador nacional da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh.

Tem desenvolvido a sua atividade científica em particular na área do Património Cultural, nomeadamente nos domínios da Arqueologia, da Investigação Histórica e da Museologia. Da sua atividade museográfica destaca-se a de diretor do Museu de Mértola desde a sua fundação. Em 1988, organizou e dirigiu a equipa que montou na galeria Bab Oudaya em Rabat, Marrocos, a exposição «Mértola Almorávida e Almôada». Em 1997, foi consultor científico da exposição itinerante «Memórias Árabo-Islâmicas em Portugal», organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Em 1998, foi membro da Comissão Científica do programa de incremento do turismo cultural «Moura Encantada», lançado pela Direção Geral de Turismo, comissário (em colaboração) da exposição itinerante «O Islão entre o Tejo e o Odiana», comissário científico (em colaboração) da exposição «Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo» aberta no Museu Nacional de Arqueologia até finais de outubro. Já em 1999, foi comissário científico (em colaboração) da exposição «As portas do Mediterrâneo» aberta em Tânger durante os meses de setembro e outubro e em Rabat durante os meses de novembro e dezembro do mesmo ano.

Entre outros trabalhos publicados, destacam-se: «O Gharb al-Andaluz» in História de Portugal - (Vol. I), 1992 (direção de José Mattoso), Círculo de Leitores; «A arte islâmica no Ocidente Andaluz» (em colaboração) 1995 in História da Arte Portuguesa (direção de Paulo Pereira); «O Legado Islâmico em Portugal» (em colaboração) 1998, Círculo de Leitores. É fundador e diretor da revista «Arqueologia Medieval».