Teve início, no dia 14 de maio, mais uma ação de limpeza da
Ilha da Armona organizada pelo Município de Olhão, desta feita em colaboração
com a AmbiOlhão e o Estabelecimento Prisional de Olhão, com o trabalho a ser
realizado, nas próximas duas semanas, por cinco reclusos em regime aberto.
Pás, enxadas, ancinhos, sacos de lixo e luvas são alguns dos
acessórios que esperam pelos reclusos do EPO na chegada à Ilha da Armona, antes
das 9h. Começam por limpar chorão das praias (planta invasora), mas também irão
cortar ramos de árvores e verdes. São duas semanas em que trabalham ao ar
livre, sob a supervisão de um guarda prisional e o apoio de funcionários do
Município e da AmbiOlhão. “É bom estar cá fora e dar o nosso contributo à
sociedade. Faço parte das Brigadas de Trabalho do EPO e recentemente estive na
Direção Regional de Agricultura a participar nas «Hortas Solidárias», fiz
pinturas e agora estou na limpeza da praia”, testemunha Paulo Simplício, 48
anos, natural de Olhão e a cumprir uma pena de prisão de cinco anos e seis
meses, enquanto agarra a enxada com energia para começar a limpeza do chorão
que se estende pelo areal.
Este é um dos reclusos que, por já ter cumprido mais de
metade da pena a que foi condenado, e pelo seu bom comportamento, está em
regime aberto na cadeia olhanense, onde também trabalha. No âmbito do protocolo
existente entre esta instituição e o Município de Olhão, participa agora nesta
ação de limpeza que, para o vereador com o pelouro do Ambiente, António
Camacho, não é mais do que a ligação de “duas entidades que, em parceria,
desenvolvem iniciativas com o objetivo da inserção social destas pessoas, mas
tendo também um objetivo de cariz ambiental, devolvendo mais qualidade à nossa
ilha”.
Para o diretor do EPO, Júlio Melo, a relação com a Câmara de
Olhão não poderia ser melhor. “Temos uma ótima relação e estamos ambos a
trabalhar para a comunidade local. Nas obras que temos feito e noutras que
vamos fazer é o Município de Olhão que fornece os materiais, o que é uma grande
ajuda”, refere o responsável pela cadeia de Olhão. Quanto à Brigada de Trabalho
que por estes dias está na Ilha da Armona, “estes homens já deram provas de que
podemos confiar no seu trabalho e aproximam-se cada vez mais da liberdade
condicional”, acrescentou Júlio Melo.
O Município de Olhão, para além de assegurar o transporte,
paga o salário pelo trabalho desenvolvido na Ilha e a AmbiOlhão fornece
material de apoio e a alimentação aos «funcionários» desta limpeza especial.
Entretanto, estão já a ser desenvolvidas outras iniciativas conjuntas entre as
duas entidades.