A Freguesia de Ferreiras, no concelho de Albufeira, vai finalmente ter um cemitério, correspondendo a uma antiga aspiração da população, que vai ser construído num terreno nas imediações da Igreja de São José, com boas acessibilidades, tráfego reduzido e condições favoráveis ao recolhimento e à espiritualidade. O trabalho vencedor do concurso público de conceção destinado à elaboração dos projetos de Arquitetura e Especialidades para construção do Cemitério foi apresentado, no dia 6 de junho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.   

Este é o fechar de um ciclo que se iniciou com a identificação da necessidade premente de aumentar a capacidade das instalações funéreas no concelho de Albufeira, ao mesmo tempo que se pretende dar resposta a “uma aspiração legítima dos munícipes da Freguesia de Ferreiras, uma localidade em franca expansão populacional que há muito desejava ter um lugar para sepultar e venerar os seus entes queridos”, destacou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, durante a cerimónia de atribuição dos prémios no âmbito do Concurso Público de Conceção destinado à Elaboração dos Projetos de Arquitetura e Especialidade do futuro Cemitério de Ferreiras. José Carlos Rolo deu os parabéns à empresa vencedora, considerando que, agora, “o mais importante é avançar rapidamente para que a ideia passe do papel para o terreno e a obra possa começar”.


O concurso foi aberto por deliberação camarária de 1 de agosto de 2017 e oito meses depois, a 17 de abril deste ano, foi deliberado homologar os resultados e proceder à atribuição dos prémios aos concorrentes. Concorreram seis empresas, tendo o júri decidido atribuir o primeiro prémio, no valor de 5 mil euros, à empresa «C.D.A. – Consultório de Arquitetura, Lda.», que esteve representada na cerimónia pelos arquitetos Joana Dea Pinheiro e Rodrigo Coelho. O 2.º prémio, no valor de 3 mil euros, foi entregue à empresa «CNLL, Lda.» e o 3.º prémio, no valor de 2 mil euros, à «A1V2, Engenharia Civil e Arquitetura, Lda.». Foi ainda atribuída uma menção honrosa, de natureza não pecuniária, à proposta apresentada pelo arquiteto Alessandro Narduzi, que se distinguiu pela sua singularidade e originalidade.

O futuro Cemitério de Ferreiras vai ser construído num terreno com uma área de implantação com cerca de 21 mil e 400 metros quadrados, criteriosamente escolhido por ter boas acessibilidades, tráfego automóvel pouco intenso e estar localizado na proximidade de equipamentos sociais e religiosos, nomeadamente da Igreja de São José. Com base no programa preliminar do concurso, a solução arquitetónica deverá adaptar-se à modulação do terreno, prever a execução da empreitada por fases. A marcação da entrada do novo espaço deverá ser um elemento de destaque, preconizando-se um equipamento público de grande dignidade e nobreza, que deverá constituir um ambiente de reencontro de memórias, diferenciado da generalidade dos cemitérios. Para além disso, todos os apontamentos arquitetónicos e escultórios, civis ou religiosos, deverão incluir elementos marcadamente locais, de forma a refletir a história da região.


Os elementos arbustivos e arbóreos deverão ter uma forte presença, mantendo-se, sempre que possível, as espécies previamente existentes. Os sistemas de inumação deverão possibilitar uma maior rentabilidade do espaço cemiterial, permitindo conciliar formas tradicionais de inumação com outras mais contemporâneas, integrando zonas distintas para sepulturas em caixa de betão, consumpção aeróbica, ossários, jazigos de capela e columbários. O Cemitério deverá contemplar ainda uma capela para celebrações, espaço de velório, sem qualquer alusão a signos ou símbolos religiosos, secretaria/arquivo, balneários e vestiários, sanitários públicos, armazém para maquinaria e arrumos, pontos de abastecimento de água e de preparação de flores, locais para depósito de resíduos com acesso viário pelo exterior e dois espaços comerciais, eventualmente para florista e venda de materiais pétreos e adornos fúnebres. 

Na envolvente, deverá ser criada uma zona de estacionamento exterior.
O preço base do fornecimento é de 68 mil euros + IVA, e o prazo de execução não deverá ultrapassar os 120 dias. “Foi uma honra enorme para a nossa equipa participar neste concurso”, sublinhou a arquiteta Joana Pinheiro, ao passo que o colega Rodrigo Coelho destacou as principais motivações e desafios subjacentes à elaboração da proposta, nomeadamente “a qualidade e clareza do programa, as características do terreno, a paisagem, a luz, a arquitetura mediterrânica e o envolvimento num projeto que permite trabalhar em simultâneo a dimensão do sagrado e do profano”. Já o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Freita, congratulou o Município pelo esforço desenvolvido para que este projeto se torne numa realidade o mais brevemente possível, lembrando ainda a dificuldade na aquisição do terreno, “que fazia todo o sentido que estivesse localizado perto da igreja”