Um novo espaço cultural dedicado à poesia no emblemático Café Calcinha e sessões de cinema no Mercado Municipal de Loulé, bem como uma forte aposta nas matérias ambientais, são algumas das novidades anunciadas pela organização do Festival MED para a sua 15.ª edição. A par dos palcos principais, há outros espaços onde a música será uma constante e que prometem “mais uma grande edição do MED”, como realça o seu diretor, Carlos Carmo.

No Palco Bica mantém-se a parceria com a Casa da Cultura de Loulé, que tem permitido trazer ao Festival uma programação com projetos, na grande maioria locais, que têm aqui a oportunidade de mostrar-se ao grande público. Já no Arco, um palco «amigo do ambiente» com a particularidade de ser construído com restos de paletes de madeira, irá continuar o conceito de one man show, com um único artista em palco. Também sem grandes alterações de fundo, mas sempre com propostas surpreendentes, destacam-se nesta programação o Palco Jardim (Jardim dos Amuados), com músicas e danças tradicionais de países como Marrocos, Sudão ou Espanha, num ambiente intimista; o MED Fado (Claustro do Convento), com a atuação de fadistas maioritariamente do Concelho; e o MED Classic (Igreja Matriz), com concertos de música clássica no início da noite, naquela que é uma proposta diferenciadora num festival onde as músicas do mundo dominam o cartaz.

Os Palcos Improváveis irão proporcionar novamente uma interação dos artistas de rua com o público, em locais por vezes inusitados do recinto, através de animações diversas, performances de Teatro, Folclore e também o Cante Alentejano, numa parceria com a Câmara Municipal de Almodôvar. E porque esta festa das culturas do mundo faz-se também de parcerias, o mítico bar louletano Bafo de Baco associa-se a esta programação com um concerto no seu espaço, no sábado, 30 de junho, com a banda The Folk Colective, criando sinergias e complementando a oferta do Festival MED.

Nesta fusão cultural não vai faltar nesta edição gastronomia diversificada dos quatro cantos do mundo, com um enfoque na Dieta Mediterrânica, cerca de uma centena de bancas de artesanato e várias exposições, entre as quais uma exposição na Travessa do Arco do Pinto com vários artistas plásticos que este ano aceitaram o repto lançado pela organização para cenografar uma peça inspirada num menir de Salir. De entre as novidades anunciadas, o Café Calcinha, o espaço mais identitário para os louletanos, muito associado à figura do poeta António Aleixo, será palco, pela primeira vez este ano, de sessões de declamação de Poesia. Relativamente ao Cinema MED, na segunda e terça-feira que antecedem o festival (dias 25 e 26 de junho), o Mercado Municipal de Loulé, ex-líbris da cidade, é palco de duas sessões dedicadas ao cinema realizado por alguns dos países que estarão presentes no cartaz desta 15.ª edição. Este ano, outra das particularidades é a parceria que será realizada com o IndieLisboa, o conceituado Festival de Cinema Independente.

Ao nível das conferências, o Talk MED está de volta à sala polivalente da Alcaidaria do Castelo, para um debate à volta da temática ambiental: «Festivais como motor da ecologia e da sustentabilidade para uma nova sociedade». A iniciativa acontece no dia 28 de junho, às 19h30, e contará com a presença de jornalistas da especialidade, com moderação a cargo de Ricardo Bramão, presidente da APORFEST - Associação Portuguesa de Festivais de Música, entidade parceira nesta ação.

A preocupação ambiental tem estado presente, ano após ano, na programação do Festival MED, e este ano há também algumas novidades neste setor. Depois do reconhecimento pela introdução do Copo Ecológico, em 2014, o Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente, no âmbito do projeto «Sê-Lo Verde», irá apoiar financeiramente a introdução de boas práticas no vetor da Energia, nomeadamente a utilização de energia renovável num espaço de gastronomia do Festival, bem como a colocação de disponibilizadores de água, com ligação direta à rede pública. 

Finalmente, em termos promocionais, o Festival MED continua a fazer parte do grupo restrito que integra a plataforma «Portuguese Music Festivals», do Turismo de Portugal, no ano em que foi premiado não só como o «Melhor Festival de Média Dimensão da Península Ibérica» (pelo segundo ano consecutivo), mas também distinguido com a «Melhor Promoção Turística» para festivais em Portugal, pelos Iberian Music Awards.