Decorre, até 16 de julho, a primeira fase de candidaturas para o ano letivo 2018/2019 nos três polos da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e a maior novidade, pelo menos aquela que salta mais facilmente à vista, é a redução de 50 por cento do valor das propinas dos cursos de nível 4, ou seja, para os alunos que chegam com o 9.º ano de escolaridade e que permanecem neste estabelecimento de ensino durante três anos, de modo a completarem o secundário e obterem certificação que lhes possibilite ingressarem no Ensino Superior, caso assim o desejem. “O nosso objetivo é, de facto, atrair mais jovens para as áreas do turismo, da hotelaria e da restauração, um setor que tem ganho uma expressão ainda maior no tecido empresarial do Algarve nos últimos anos. E as propinas não podem, nunca, ser um entrave para que os jovens possam estudar nesta escola, que é pública, pertence ao Ministério da Economia. Existe, como é sabido, um sistema de apoios sociais ao longo do ano letivo, mas as famílias só ficam a saber a que tipo de ajudas vão ter direito depois do ano letivo já ter arrancado, em setembro ou outubro, o que pode funcionar como um travão às matrículas”, observa Paula Vicente, Diretora da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve.

Face a esta realidade, e com vontade de estar mais perto das famílias, decidiu-se então por esta medida que não abrange, todavia, os cursos de nível 5, isto é, de especialização tecnológica. Nesses casos, as propinas mantém-se, mas a instituição dá aos alunos outras mais-valias, um kit de ofertas que pode incluir bens materiais, formação, experiências ou oportunidades de estágio, revela a entrevistada. “E a redução de propinas é retroativa, vai ter efeito igualmente sobre os alunos que já cá estão na Escola. Não seria justo que fosse de outra maneira, porque o cenário económico ainda não está tão estável em Portugal como seria desejável”, justifica Paula Vicente, acrescentando que a ideia de que estes cursos técnico-profissionais são um modo mais fácil de completar a escolaridade mínima obrigatória é puro engano. “Havia, de facto, essa noção, que nunca correspondeu à realidade, porque os alunos têm aqui as mesmas matérias que no ensino tradicional, a par de toda a componente técnica no restaurante, bar, cozinha ou pastelaria. Têm uma carga horária pesada e muitas atividades extra-aula que os obriga a meter a «mão na massa». São cursos difíceis por serem exigentes. A matemática terá, por exemplo, uma menor carga que nas escolas clássicas, mas no inglês sucede precisamente o contrário, porque existem outros conteúdos mais direcionados para os cursos que estão a frequentar”, esclarece a Diretora.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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