Natural de Fradelos, concelho de Vila Nova de Famalicão, Rogério Oliveira, ou Rogério Cão, como o passarei a chamar daqui por adiante, veio parar ao Algarve por amor. Não por amor à região, ao seu maravilhoso clima e paradisíacas praias, mas por amor a uma mulher. Uma mulher que conheceu por intermédio da poesia, dos escritos que colocava no mundo virtual no blogue que ele mantinha. Conversa para aqui, conversa para acolá, surgiu o convite do lado feminino para descer ao Sul para, como tantos outros portugueses o fazem, desfrutar de umas curtas férias.

E foi assim, clique, amor quase à primeira vista. Voltou à terra natal, despediu-se do emprego, teve uma longa conversa com a mãe, fez as malas e «aterrou», em setembro de 2006, em Faro. Começou então a dizer poesia nos bares da cidade e assim nascia o Rogério Cão. Fez formação teatral e conheceu outra figura marcante no seu trajeto, o ator Rui Cabrita, falecido em final de 2017. Foi em resposta ao desafio de Rui que compôs, se assim se pode dizer, em 2010, «A Gaveta da Pedra» para ser interpretada, declamada, pelo ator junto à Capela de São Luís, em Alte.

Depois, os escritos ficaram guardados na gaveta, provavelmente essa não de pedra, mas uma igual a todas as outras. Fez formação de teatro pelo Grupo SinCera, da Universidade do Algarve, com o encenador Pedro Pires Pinto, participou na curta-metragem «Fragmentação» de Nuno Fernandes, e no «Discurso» de Hernani Maria Cabral e, em 2018, decidiu colocar no papel, na forma tradicional de livro, «A Gaveta da Pedra». “Foi algo que ganhou vontade própria, porque estou a escrever outras coisas e queria encerrar definitivamente aquele capítulo. Não foi uma questão de vaidade para dizer que tenho um livro publicado”, explica, em conversa no centro de Faro.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve-informativo-162