O Jardim Filipe Jonas, palco da nova Feira de Verão de Quarteira, acolheu, nos dias 16 e 17 de julho, «Cinema Miami», o primeiro espetáculo do Grupo de Teatro Comunitário - Quarteira Fora da Caixa, composto por membros da comunidade quarteirense, e arredores, que fazem do teatro um espaço de encontro, convívio, reflexão, criatividade, jogo e crescimento pessoal. A divertida comédia conta a história de uma comunidade que vê o seu cinema fechar, com a decisão a ser comunicada, durante uma sessão tripla que incluía os filmes «Tarzan», «Romeu e Julieta» e «Titanic», pelo próprio governador local, para ali se iniciar uma operação de exploração de petróleo.

Em palco estiveram 22 jovens atores amadores que interpretaram personagens típicas de Quarteira, desde lavadeiras e pescadores até uma madre superiora, mas também os habituais turistas que esgotam a cidade costeira do concelho de Loulé durante os meses quentes de Verão. O objetivo dos encenadores Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo foi resgatar a memória destas figuras do quotidiano quarteirense de outros tempos – porque um povo sem memória não tem identidade – mas também fazer o espectador viver um momento de ritual e reflexão, abordando temas atuais que dizem respeito a todos nós.

O projeto é da responsabilidade do Colectivo JAT – Janela Aberta Teatro, de Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo, contando com o apoio da Junta de Freguesia de Quarteira e com a parceria da Associação Akredita em Ti e da Câmara Municipal de Loulé. Atualmente tem cerca de 35 membros ativos, vizinhos-atores de todas as idades, dos 5 aos 83 anos, que todas as quintas-feiras se reúnem no edifício da Junta de Freguesia de Quarteira para ensaiar e brincar juntos. “A criação do grupo de Teatro Comunitário teve como grande propósito oferecer um espaço de criação e expressão à comunidade de Quarteira, mas também de encontro entre vizinhos e para vizinhos, pois todos temos direito à criatividade, à imaginação e ao desenvolvimento humano. Com a evolução do mundo moderno e tecnológico, as pessoas encontram-se cada vez menos umas com as outras. Vivemos em pequenos mundos, isolados e muitas vezes de costas voltadas para o próximo”, explicam Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo, acrescentando ainda que “o Teatro, por natureza, é celebração e festa, um espaço de encontro e de expressão através da arte, e um dos rituais mais antigos que a humanidade nos deixou”.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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