Cooperação e Associativismo são ferramentas chave para
melhorar a rentabilidade das Empresas Agroalimentares da Euro-Região Alentejo-Algarve-Andaluzia,
assim concluiu um estudo realizado no âmbito do projeto de cooperação
internacional «Prototyping».
Com o focus group
realizado na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (ESGHT) da Universidade
do Algarve chegou ao fim a fase de estudo (análise da envolvente) do
Prototyping, projeto de cooperação entre a Andaluzia e Portugal que tem como
objetivos desenvolver novas iniciativas empresariais e empreendedoras no setor
agroalimentar e apoiar as empresas no desenvolvimento de novos produtos e
formas inovadoras de comercialização através da prototipagem. O focus group algarvio foi o terceiro a
ter lugar, depois do da Andaluzia e Alentejo, e contou com a presença de representantes
de mais de 20 entidades, públicas e privadas, portuguesas e andaluzas que se
reuniram para debater o desenvolvimento do setor e das empresas agroalimentares
do Algarve. A reunião, muito participada, procurou recolher sugestões e
contributos para ultrapassar constrangimentos e dificuldades comuns às três
regiões e encontrar soluções para explorar o potencial e as oportunidades
existentes.
A dinâmica inerente ao focus
group consiste em reunir um grupo (de aproximadamente 20 pessoas) com o
propósito de gerar discussão e debate sobre um determinado tema. Neste debate recolheram-se
opiniões sobre o estudo das microempresas agroalimentares e sobre o catálogo de
recursos da região algarvia neste setor, desenvolvidos no âmbito do projeto
Prototyping, com o objetivo de identificar oportunidades e desafios e
estabelecer sinergias. Esta metodologia foi utilizada nas três regiões que
integram o projeto como parte da fase de estudo do setor, tendo sido realizado
trabalho de investigação (informação secundária) e inquéritos no terreno. No
caso do Algarve, estudaram-se os seguintes recursos agroalimentares,
representativos da região: azeite; batata-doce de Aljezur IGP; citrinos do
Algarve IGP; conservas de peixe; doçaria regional (alfarroba, amêndoa e figo);
enchidos tradicionais; sal e flor de sal; medronho do Algarve IGP; mel e vinhos
regionais.
A análise realizada às empresas do setor revelou a existência
de um paradoxo no Algarve. De facto, as PME´s agroalimentares têm dificuldades
para vender os seus produtos a nível local porque, além de existir um índice
elevado de exportação dos produtos (a granel), paralelamente existe um elevado
índice de importação para satisfazer as necessidades do setor turístico. O
setor agroalimentar está muito atomizado e torna-se necessário fomentar e
promover o associativismo. Constatou-se também que há uma renovação do tecido
empresarial e que estão a surgir novos empreendedores, que conferem dinamismo
ao setor, e que apostam na criação de novos produtos. Neste sentido, o objetivo
do projeto Prototyping, é contribuir para operar uma mudança significativa:
deixar de vender matérias-primas e passar a vender produtos elaborados que
permitam aumentar a rentabilidade do setor.
Através de metodologias inovadoras, como as empresas mãe e
as fábricas brancas, o projeto Prototyping irá ajudar os empreendedores e as
empresas agroalimentares a definir modelos de negócio mais rentáveis,
competitivos e sustentáveis. O projeto pretende ainda facilitar o arranque de
novas empresas neste setor, tornar o processo mais rápido, reduzir o risco
associado a um novo investimento e fomentar a colaboração entre empresários
para melhorar a competitividade empresarial e territorial da euro-região AAA no
seu todo.
Prototyping AAA é um projeto cofinanciado a 75 por cento
pelo FEDER através do Programa de Cooperação Interreg V A Espanha-Portugal
(POCTEP). A área de implementação do projeto inclui as regiões do Algarve,
Alentejo e a metade ocidental da Andaluzia e está a ser executado por entidades
andaluzas e portuguesas: a Fundación Andanatura para el Desarrollo
Socioeconómico Sostenible (beneficiário principal); a Unión de Agricultores y
Ganaderos de Andalucía (COAG); a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo
(ADRAL); o NERA- Associação Empresarial da Região do Algarve, e a Universidade
do Algarve, através do CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de
Tecnologia.