Com o objetivo de promover Faro como destino náutico, a Câmara Municipal de Faro assinou, no dia 28 de junho, um acordo de parceria com mais de 40 entidades públicas e privadas para a implementação do conceito de Estação Náutica no concelho. Entre as entidades parceiras contam-se empresas ligadas às atividades náuticas, de turismo de natureza, de acolhimento e reparação naval, hotéis, restaurantes, de ensino e formação, profissional e desportiva, associações empresariais e desportivas, de defesa do ambiente, bem como entidades públicas.

O projeto de criação de uma rede de Estações Náuticas foi desencadeado em Portugal pela Fórum Oceano, uma associação para o desenvolvimento do cluster do mar que lançou este desafio aos territórios e entidades com base no potencial que o país apresenta na área do turismo náutico. O conceito de Estação Náutica, enquanto rede de oferta turística náutica de qualidade, organizada a partir da valorização dos recursos náuticos presentes no território, inclui a oferta hoteleira, restauração, atividades de animação turística náuticas e outras relevantes para a atração de turistas e outros utilizadores, acrescentando valor e criando experiências diversificadas e integradas. 




O envolvimento de entidades ligadas ao ensino, formação profissional e superior, a centros de investigação e a associações e clubes locais, reflete ainda o reconhecimento de Faro enquanto destino náutico pela sua população residente. “O momento de arranque deste projeto deu-se a 26 de março, quando o António José Correia veio apresentar as Estações Náuticas na Região de Turismo do Algarve e lançar as candidaturas. Três meses depois estamos aqui para assinar um acordo de parceria com muitas empresas, associações e entidades que se reveem neste projeto e que estão disponíveis para participar ativamente nele, porque têm ideias muito próprias e firmes sobre esta matéria”, destacou Carlos Baía, Vereador da Câmara Municipal de Faro. “Faro é a capital de distrito, temos 14 por cento da população do Algarve – com mais de 60 mil habitantes –, estamos ladeados pelo Oceano Atlântico e pela Ria Formosa – que ocupa 26 por cento do nosso território – e temos mais de 17 quilómetros de canais que são protegidos por um cordão dunar onde temos as ilhas de Faro, Culatra, Farol e Barreta. Faro é a porta de entrada de muitos milhões de turistas no Algarve e já existe um conjunto bastante consolidado de atividades náuticas que se realizam de forma regular, portanto, este projeto vai, em primeira análise, potenciar aquilo que já fazemos em termos individuais”, sublinhou o vereador. 


António José Correia, Rogério Bacalhau e Carlos Baia

O modelo de governação subjacente à Estação Náutica assenta num grupo coordenador, que fará a programação e o acompanhamento posterior do desenvolvimento das atividades; num comité executivo que irá dinamizar as atividades a realizar; e num conjunto de grupos de trabalho temáticos com parceiros que se identificam com cada área específica. “A nossa expetativa inicial apontava para a criação de seis ou sete Estações Náuticas em Portugal e deveremos ter entre 10 a 15 candidaturas, o que é bastante interessante para se começar a percorrer este caminho. Não é apenas de dinheiro que estamos aqui a falar, mas fundamentalmente de um desafio para os territórios se organizarem em torno de um conceito que também não é inovador. Fazemos parte de uma rede europeia que tem mais de 30 Estações em França e mais de duas dezenas em Espanha e queremos ter mais palavra no Turismo Náutico na Europa”, explicou António José Correia, da Fórum Oceano.


O que se pretende, basicamente, é que várias entidades pensem conjuntamente a Náutica numa ótica de parceria público-privada, ou seja, que estejam presentes a administração pública local e central, os organismos, os empresários, o desporto escolar, de acordo com o coordenador do projeto, que antevê que cada Estação Náutica depois siga o caminho que melhor for adequado para ela, dentro de parâmetros pré-estabelecidos. “Umas terão mais impacto e sucesso do que outras, dependendo da forma como, localmente, a estrutura funcionar, como ela for dinamizada. Estamos igualmente a criar uma plataforma que terá duas dimensões: uma de divulgação dos territórios; outra para identificar as ofertas existentes em cada Estação Náutica e promover, dessa forma, negócio para as empresas participantes”, adiantou António José Correia. “A 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, haverá mais um Fórum do Mar, na Alfândega do Porto, onde entregaremos os certificados das Estações Náuticas que vierem a ser reconhecidas”, revelou ainda o antigo presidente da Câmara Municipal de Peniche. 


A candidatura de Faro a Estação Náutica foi perfeitamente natural para o edil Rogério Bacalhau, sobretudo por colocar todos os atores do cluster do mar a trabalhar em rede e não de forma isolada. “Alguém me dizia há uns dias que, se percorrermos um caminho sozinhos, chegamos ao destino mais depressa. Contudo, se formos acompanhados, vamos mais longe. O Turismo é a atividade fundamental do Algarve e é algo que abraçamos, em Faro, há algum tempo, os autarcas e os empresários que criaram as respostas turísticas. Hoje, não há concorrência, mas sim complementaridade. Os clientes modernos fazem as suas opções de acordo com um conjunto alargado de fatores e nós só temos que estar preocupados em lhes proporcionar experiências únicas e inesquecíveis. Temos em mente projetos como o Passeio Marítimo, a requalificação da Baixa, a Marina, mais equipamentos hoteleiros, e tudo resultará melhor com a vossa participação”, frisou Rogério Bacalhau, o primeiro a assinar o acordo de parceria em nome da Câmara Municipal de Faro.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina