Fiel à preocupação permanente da Câmara Municipal de Loulé
com as questões ambientais foram introduzidas algumas ações que tornaram o
Festival MED, nesta 15.ª edição, um evento ainda mais sustentável e amigo do
ambiente. Nesse sentido, com o intuito de garantir que os resíduos recicláveis
produzidos fossem, na sua totalidade, encaminhados para reciclagem, minimizando
o impacto ambiental, a autarquia louletana apresentou uma candidatura do
Festival ao projeto Eco Evento da ALGAR.
Assim, durante os quatro dias de MED, foi implementado um
Sistema de Gestão de Resíduos no espaço do recinto que passou pela realização
de ações de sensibilização, destinadas às equipas de limpeza e responsáveis
pelos expositores de restauração, sobre a correta separação/deposição dos
resíduos de embalagem recicláveis. Por outro lado, os espaços de restauração
foram monitorizados, garantindo o cumprimento das regras de deposição seletiva,
através da «fiscalização» por parte de um voluntário. O Eco Evento tem também
uma importante componente solidária, já que 50 por cento do que for pago pelas
entidades gestoras de resíduos para cada tipo de material será atribuído ao
Centro Comunitário de Vale Silves.
Na vertente da Energia, o Fundo Ambiental atribuiu um
financiamento ao Festival MED integrado no programa «Sê-Lo Verde», que
distinguiu uma das inovações deste ano. Na área de restauração junto ao Palco
Arco, algumas tasquinhas funcionaram durante estes quatro dias com células
fotovoltaicas. Toda a energia necessária para o funcionamento dos equipamentos
foi energia solar, garantindo um sistema de autonomia praticamente duramente
todo o evento e que permitiu reduzir os consumos de energia elétrica da rede
pública.
Num Concelho distinguido com o «Selo da Qualidade Exemplar
da Água para Consumo Humano», a Autarquia realizou no Festival MED a
sensibilização para o consumo da água da torneira, reforçando a confiança dos
consumidores na mesma. Assim, foram disponibilizados dois pontos gratuitos e
eficientes de água, colocados na Cerca do Convento Espírito Santo e no Mercado
Municipal, com torneira com sensor, de modo a minimizar as perdas e o
desperdício deste recurso. Para além de apelar à promoção da qualidade e do
consumo de água da torneira, esta iniciativa também permitiu reduzir
consideravelmente a quantidade de resíduos de plástico, associados à compra e
consumo de água engarrafada. Simultaneamente, nas bancas de merchandising do
MED estiveram à venda garrafas reutilizáveis de água, a um preço simbólico de
um euro.
Naquela que foi uma das iniciativas pioneiras no contexto
dos festivais de Verão em Portugal, lançada em 2014, o Copo Ecológico foi
novamente distribuído aos milhares de visitantes. Se noutros tempos os copos de
plásticos cobriam o chão do recinto no final de cada noite, atualmente este
cenário já não se verifica. Estima-se que, mais uma vez, foi reduzida a produção
de plástico em quase uma tonelada por noite, com um impacto significativo não
só no ambiente mas também nos custos com a recolha dos resíduos.
Outra iniciativa que se repetiu em 2018 foi a associação do
Movimento «Zero Desperdício» ao evento, com o objetivo de doar toda a comida
não consumida durante os dias do evento a famílias em situação de maior
vulnerabilidade. Seguindo todos os parâmetros de segurança alimentar, técnicos
da Divisão de Coesão Social e Saúde do Município, a Associação EXISTIR, a
Refood e voluntários recolheram, no final de cada noite, alimentos não
consumidos mas que se encontravam em boas condições, distribuindo-os depois a
pessoas e famílias em dificuldades socioeconómicas. De entre as várias medidas
que visaram a redução da pegada ecológica neste Festival destaca-se ainda a reutilização
de paletes para a construção do Palco Arco e para a criação de mobiliário espalhado
pelo recinto onde os visitantes puderam usufruir de alguns momentos de
descanso.
Este empenho da organização com as questões ambientais levou
a que também nesta 15.ª edição a Conferência Talk MED tivesse sido dedicada ao
tema «Festivais como motor da ecologia e da sustentabilidade para uma nova
sociedade», que decorreu no dia de arranque do MED, na Alcaidaria do Castelo.
Ricardo Bramão, presidente da APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de
Música, entidade parceira da organização, foi o moderador enquanto que como
oradores foram convidados Lina Madeira (Chefe de Unidade Operacional de
Educação Ambiental), Sandra Vaz (Diretora do Departamento de Desenvolvimento
Humano e Coesão), José Raposo (presidente da Associação Almargem) e Fernando
Reis (diretor do Jornal do Algarve).