Aos 25 anos de idade, João Barradas é um dos mais conceituados e reconhecidos acordeonistas europeus, créditos facilmente comprovados no brilhante concerto que deu, no dia 19 de julho, em Tavira, no arranque de mais uma edição do «Jazz no Palácio». O pátio do Palácio da Galeria praticamente esgotou, numa plateia com muitos residentes, mas também bastantes turistas estrangeiro, conhecedores do talento deste jovem que se move, como «peixe na água», entre a música clássica, o jazz e a música improvisada.

Em Tavira, João Barradas apresentou-se com os «Home», do qual fazem parte Mané Fernandes (guitarra), Eduardo Cardinho (vibrofone), Gonçalo Neto (guitarra), Ricardo Marques (contrabaixo) e Guilherme Melo (bateria), todos eles excelentes instrumentistas, como se constatou nos solos que executaram com mestria ao longo do espetáculo, bem à imagem do que é a cena do jazz, onde os músicos num instante vagueiam ao improviso, colocando nos seus instrumentos os sentimentos que lhes vão na alma, para deleite dos apaixonados duma sonoridade que nem sempre é fácil de encaixar. No entanto, quando estamos na presença de artistas desta qualidade, mesmo os não apreciadores de jazz se deixam contagiar e levar pelo som, neste cado de «An End As a New Beginning», o primeiro álbum do sexteto que mistura jazz com rock.

Mas João Barradas foi, de facto, o foco de todas as atenções, um virtuoso do acordeão, instrumento que tanto diz aos portugueses, em geral, e aos algarvios em particular. No seu historial contam-se vitórias em alguns dos mais prestigiados concursos internacionais, dos quais se destacam o Troféu Mundial de Acordeão, que venceu por duas vezes, o Coupe Mondale de Acordeão, o Concurso Internacional de Castelfidardo e o Okud Istra International Competition. Desde então, tornou-se uma das figuras de proa no acordeão jazz, gravando para a editora nova-iorquina «Inner Circle Music» e colaborando com diversos músicos de renome, casos de Greg Osby, Gil Goldstein, Fabrizio Cassol, Mark Colenburg, Jacob Sacks, Sérgio Carolino, Pedro Carneiro, entre muitos outros. Em 2016 lançou o seu primeiro álbum enquanto líder, de nome «Directions», produzido por Greg Osby e com as participações de Gil Goldstein e Sara Serpa.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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