O Lagoa Wine Show mudou-se, em 2018, do Centro de Congressos do Arade, no Parchal, para o centro de Lagoa, com o objetivo de tornar o coração da cidade num espaço de convívio onde se pudessem apreciar vinhos de várias regiões vitivinícolas do país, ouvir fado e apreciar petiscos portugueses. E a aposta da Câmara Municipal de Lagoa foi bem-sucedida, com cerca de nove mil visitantes a percorrerem, durante três noites (29 e 30 de junho e 1 de julho), a Praça da República, o Largo Alves Roçadas e a Rua Coronel Figueiredo. 

Luís Encarnação, Francisco Martins, Miguel Freitas, José Águas da Cruz e Fernando Severino

Ao todo estiverem presentes mais de 30 expositores das regiões vitivinícolas do Algarve, Alentejo, Lisboa, Tejo, Setúbal, Bairrada, Dão e Vinhos Verdes, com o conceito de «Vinho, Gastronomia e Fado» a encher as ruas da cidade, mesmo apesar da chuva que se fez sentir no primeiro dia. Por isso, o presidente da autarquia, Francisco Martins, manifestou-se bastante satisfeito com a passagem do certame para o centro de Lagoa, justificando o investimento que foi feito nas artérias comerciais como forma de dinamizar o comércio local. “Os nossos vinhos de mesa também são os nossos embaixadores, está aqui Portugal inteiro representado e temos, inclusive, um produtor da Moldávia. Neste mandato apostamos imenso na mobilidade e na regeneração urbana e quisemos trazer o evento para o centro da cidade para dar a conhecer esta pitada pitoresca que ainda existe em Lagoa”.




Também o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Miguel Freitas, marcou presença no dia inaugural e elogiou o evento, lembrando que Lagoa é a Capital do Vinho no Algarve. “Vivemos um tempo bom no vinho e na vinha no Algarve. É verdade que a área tem vindo a diminuir, mas a produtividade disparou e, hoje, a qualidade do vinho algarvio é reconhecida a nível nacional”, realçou. “Este setor soube fazer a transformação que era necessária, os vinhos do Algarve e de Lagoa são de excelente qualidade e, por isso, em qualquer restaurante da região os podemos encontrar na Carta de Vinhos. Para além disso, temos sempre a preocupação que o rendimento do vinho chegue ao produtor e estão são, atualmente, compensados pelo seu esforço e pelo investimento que realizaram, algo que há muito tempo não acontecia”, acrescentou o governante.

Miguel Freitas falou ainda do papel essencial desempenhado pelos distribuidores, ainda mais se pensarmos que o Algarve tem uma produção vitivinícola pequena quando comparada com outras regiões do país. “Lagoa foi Cidade Europeia do Vinho em 2016, tem investido bastante neste setor de excelência do ponto de vista agrícola e até turístico, e este certame demonstra que o Algarve, para além de ser um bom produtor de vinho, também é um bom mercado de vinho, porque estão aqui presentes empresas de outras zonas de Portugal. O Algarve, por exemplo, é um excelente mercado consumidor de vinho verde”, adiantou ainda o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas. 






A música, veículo privilegiado de emoções, trouxe, através do fado de Teresa Viola, Maria Emília, Marco Rodrigues, Pedro Viola, Fado Lélé, Raquel Tavares, Luana Velasques, Sangre Ibérico e Fábia Rebordão, excelentes momentos de partilha, em três palcos e algumas janelas, para surpresa dos muitos visitantes. Junto ao Mercado Municipal, o chef Telmo Jacinto deixou no ar várias sugestões simples de concretizar através dos seus shows de cozinha ao vivo: Arroz de tomate e cavala com azeite de coentros; pataniscas de vegetais; caldo verde com pão com chouriço, alho e orégãos; caldo verde com pão com chouriço vegetariano; assadura de carne de porco sobre tiborna ou tofu grelhado em escabeche sobre tiborna, sempre harmonizado com vinhos do Algarve.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina