Foi inaugurada, no dia 7 de julho, no Museu Municipal de Tavira – Palácio da Galeria, a exposição «Mulheres Modernas na obra de José de Almada Negreiros». Com curadoria de Mariana Pinto do Santos, a mostra junta 55 desenhos e pinturas, a larga maioria pertencente ao acervo da Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, assim como excertos da sua obra literária e textos publicados nos jornais e revistas da época, e estará patente até 14 de outubro.

Na arte de Almada encontra-se a mulher moderna emancipada: a moda dos anos vinte, as mulheres fumadoras, sedutoras, rebeldes, artistas, cantoras, bailarinas, atrizes e desportistas ou acrobatas, enquanto representação da vida moderna. No entanto, a mulher é ainda sujeita a um olhar masculino e voyeur que dominou a história da arte, tornou o corpo feminino em objeto e fez dele parte substancial da sua tradição. Na exposição encontram-se também exemplos da figuração feminina enquanto força de trabalho, com o retrato da expressão endurecida e sofrida das mulheres do mar em imagens que anunciam preocupações realistas, presentes na sua obra plástica dos anos trinta.

Esta mostra enquadra-se numa política de descentralização das exposições da Fundação Calouste Gulbenkian, que teve como ponto de partida a mostra «José Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno», realizada em Lisboa, a que se seguiu, no Porto, a mostra «José de Almada Negreiros: desenho em movimento», realizada no Museu Nacional Soares dos Reis. “Por vontade da nossa presidente Isabel Mota há uma vontade de abrir as portas da Fundação ao exterior e de fazer circular, de partilhar, as suas riquíssimas coleções, sobretudo junto de polos onde a oferta cultural, por ventura, poderá não ser tão rica, sempre com parceiros de primeiro plano”, frisou Nuno Vassalo e Silva, Diretor do Museu Gulbenkian.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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