Teresa Salgueiro e Noa apresentam-se, no dia 24 de julho, no
Palácio da Galeria, em Tavira, em mais um concerto que promete aquecer o Verão
algarvio.
Teresa Salgueiro é, sem dúvida, uma figura artística ímpar no
nosso país e desde há quase três décadas que constitui uma imagem emblemática
de Portugal no mundo. O seu percurso na música iniciou-se em 1986 quando, com
apenas 17 anos, foi convidada para integrar a fundação do grupo Madredeus,
gravando nove discos de música original, criada especificamente para a sua voz.
Entre 1987 e 2007, 20 anos de viagem e mais de cinco milhões de álbuns vendidos
em todo o mundo tornaram-nos nos primeiros representantes internacionais da
música feita em Portugal depois de Amália Rodrigues. E Teresa Salgueiro, com a
sua presença discreta e delicada e a sua voz extraordinária, foi a «figura de
proa» dessa nau musical.
Convites de nomes tão distintos como José Carreras, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Carlos Núnez, Angelo Branduardi ou Zbigniew Preisner
reconheceram Teresa como uma das grandes cantoras contemporâneas. Teresa
começava assim a esboçar os passos seguintes do seu percurso, aventurando-se
com gravações e concertos em que colaborou com artistas distintos de diversas
nacionalidades. Em 2011, retira-se para o Convento da Arrábida, onde grava o
disco no qual assume a produção, bem como a direção musical e a escrita da música
e letras. Com «O Mistério» prossegue a sua ininterrupta viagem à volta do
mundo, tocando nas mais importantes salas para plateias que acorrem com
entusiasmo e curiosidade ao reencontro com esta Voz que escutam com paixão há
tantos anos.
A qualidade das suas interpretações, bem como o rigor
técnico dos espetáculos que idealiza, têm sido alvo de rasgados elogios, por
parte, tanto da crítica, como do grande público. A viagem de «O Mistério»
proporcionou ainda uma nova aventura que se traduziu na criação de arranjos
originais para uma série de canções mexicanas e latino americanas, culminando
com a edição exclusiva para o México do disco «La Golondrina y El Horizonte» e
consequentes apresentações ao vivo, com estreia mundial no Festival Cervantino.
O «Horizonte», o seu novo álbum autoral recentemente
premiado com o conceituado Prémio José Afonso 2017, atribuído por unanimidade e
aclamação, é a afirmação da sua faceta de compositora e letrista, expressa na
criação e interpretação de um repertório original. A autora irá trazer «O
Horizonte e a Memória», que decorre num cenário envolvente e íntimo onde Teresa
Salgueiro nos apresenta um breviário de canções representativas da melhor
tradição musical portuguesa. Tendo como fio condutor o seu próprio repertório desde
«O Mistério» ao recém-editado «O Horizonte», interpreta também os mais
conhecidos temas dos Madredeus, prestando ainda homenagem a Amália Rodrigues,
José Afonso, Carlos Paredes, entre outros.
Conhecida fora de Israel como Noa, Achinoam Nini é uma das
mais celebradas artistas de um país cuja música é ainda largamente secreta no
ocidente. Uma década após ter representado o seu país no Festival Eurovisão da
Canção ao lado da cantora árabe Mira Awad, Noa goza hoje de um vasto
reconhecimento internacional, expresso não apenas nos aplausos da crítica à sua
já considerável discografia - conta já uma dezena de álbuns de estúdio e mais um
punhado de gravações ao vivo, mas sobretudo às suas arrebatadoras apresentações
de palco.
«Love Medicine» é o título do mais recente álbum de uma
artista que acredita que a música pode ajudar a curar as maleitas do mundo.
Talvez por isso, Noa já subiu a palcos para cantar para presidentes, até para o
Papa, num evento em Cracóvia, na Polónia, visto por mais de dois milhões de
pessoas. Para uma cantora que já fez scat ao lado de George Benson, que já
dividiu atenções com Sting e Stevie Wonder, parece mesmo não haver impossíveis.
Neste seu ansiado regresso a Portugal, Noa promete revisitar os mais altos
momentos de uma carreira sem mácula que ainda promete muito futuro, apesar de
todas as incríveis conquistas já realizadas.