Naquele que foi o sábado mais quente do século XXI, 4 de agosto, as temperaturas, e as emoções, estiveram ao rubro no Largo Eng.º Duarte Pacheco, em Loulé, por ocasião do concerto que assinalou os 25 anos de carreira da Ala dos Namorados. Inserido no programa do «Loulé Summer 2018», o espetáculo colocou em palco a inconfundível voz do louletano Nuno Guerreiro e a mestria de Manuel Paulo ao piano, juntamente com a banda que acompanha normalmente a dupla na estrada, mas mais surpresas estavam preparadas para uma noite realmente inesquecível.

De facto, nesta viagem única pelo quarto de século de existência da Ala dos Namorados participaram os Shout, Sara Tavares, Vitorino e a Orquestra Clássica do Sul, não faltando temas como «Os Loucos de Lisboa», «Caçador de Sóis», «Solta-se o Beijo» ou «A História do Zé Passarinho», que demonstraram a razão do grupo ocupar um lugar de destaque na história da música popular portuguesa. E não há outra banda em Portugal que alie de forma tão perfeita sons de tantas correntes musicais distintas com uma escrita tão aprimorada e uma voz tão cativante e singular.

O êxito da Ala dos Namorados é o resultado de uma combinação singular e inimitável em que cabem a canção ligeira portuguesa de travo clássico, o jazz de apelo popular, a pop mais desempoeirada, o fado no seu registo mais cançonetista e uma transversal capacidade para fazer de todos estes géneros uma experiência única e personalizada. E na génese de tudo está um triângulo de iluminada cumplicidade e de uma inspirada convergência de talentos: a mestria melódica de Manuel Paulo e João Gil na composição; a riqueza narrativa da escrita de João Monge, capaz de captar na perfeição o quotidiano das cidades portuguesas; e a voz versátil e emotiva de Nuno Guerreiro.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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