No rescaldo do incêndio florestal que atingiu os concelhos
de Monchique, Portimão, Silves e Odemira, de 3 a 10 de agosto, Steven Sousa
Piedade, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Faro
– Cruz Lusa, e Vítor Brito, comandante operacional desta corporação, tornaram
público um agradecimento sincero a todos os seus bombeiros voluntários, “assim
como aos soldados da paz das muitas corporações do país que combateram o
incêndio florestal, naquela que foi uma operação de grande complexidade”. A
corporação dos Bombeiros de Faro – Cruz Lusa entrou em ação logo na primeira
chamada do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), na
sexta-feira, 3 de agosto, com um total de cinco viaturas e 13 homens no
terreno, permanecendo no terreno até às 20h de dia 13 de agosto, altura em que
ficaram concluídas as operações de consolidação.
Uma das viaturas da corporação regressou avariada, com um
problema na caixa de velocidades, mas, “tirando o cansaço dos nossos homens e
mulheres, não houve problemas de maior a registar, nenhum dos nossos bombeiros
ficou ferido”. “Tenho a certeza que todos deram o seu melhor e é por isso que
quero agradecer o empenho em prol do bem comum. Foi uma missão muito difícil,
mas mostraram estar aptos e deram um contributo importante na salvaguarda de
pessoas e bens”, sublinha Steven Sousa Piedade, que expressa ainda
solidariedade para com as vítimas deste incêndio.
Em relação à forma como as operações decorreram, o
presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Faro – Cruz
Lusa considera que “a Proteção Civil aprendeu com o que aconteceu no ano
passado em Pedrógão Grande e seguiu o procedimento de retirar as pessoas antes
do fogo se aproximar, o que na minha opinião, foi o correto”. Este incêndio
marcou a estreia do novo Veículo Tanque Tático Florestal (VTTF), recebido pela corporação
no dia 23 de junho, equipamento que resulta de uma candidatura apresentada em
2017 ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos
(POSEUR) Portugal 2020. A viatura custou 180 mil euros, foi financiada em 80
por cento, tendo a componente nacional sido comparticipada pelo Município de
Faro. No terreno, esteve também o comandante Vítor Brito, que tomou posse a 14
de maio.
Em relação ao futuro, Steven Sousa Piedade, sublinha o
compromisso por parte do Município de Faro em construir um novo quartel para os
Bombeiros Sapadores da cidade, que poderá ser ocupado por esta corporação em regime
de comodato. “Se isso não acontecer, estamos hoje em condições de avançar,
pelos nossos próprios meios, para a construção de um novo quartel. O nosso já
não tem condições mínimas de operacionalidade, pelo que urge resolver este
problema, assim como continuar o processo de reequilíbrio das contas da
associação”.