O FLIQ 2018 – Festival Literário Internacional de Querença, que este ano teve como tema «Literatura e Ilustração», trouxe uma vez mais a Querença, uma pequena aldeia do concelho de Loulé, de 3 a 5 de agosto, alguns dos maiores nomes da cultura portuguesa. Não só escritores e poetas como Lídia Jorge, Nuno Júdice ou Gastão Cruz – poeta homenageado este ano – mas também cartoonistas e desenhadores nacionais e internacionais como a portuguesa Cristina Sampaio, a venezuelana Rayma Suprani e a belga Cécile Bertrand. Este ano, o Festival dedicou parte da sua programação a Tóssan, nome artístico de António Fernando Santos, nascido em Vila Real de Santo António (1918-1991), destacado desenhador e ilustrador algarvio, responsável entre outras obras pelo cartão da tapeçaria do salão nobre da Procuradoria-Geral da República, em Lisboa, fundador do suplemento juvenil do Diário de Lisboa e também cenógrafo do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.


A terceira edição do FLIQ em Querença contou com a participação especial do Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, que se deslocou à aldeia e à Fundação Manuel Viegas Guerreiro para homenagear pessoalmente o poeta Gastão Cruz, entregando-lhe a Medalha de Mérito Cultural. Gastão Cruz, nascido em 1941, é hoje um dos principais poetas contemporâneos devido à forma rigorosa, sintética e plena de reflexão com que «tece» as suas obras. 


O Festival contou ainda com a presença da escritora Lídia Jorge, António Carlos Cortez (poeta e crítico literário), Miguel Casado (poeta e crítico literário espanhol), Luís Vicente (diretor artístico da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve), Mário Avelar (professor universitário) e Nuno Bicho, arqueólogo que fez uma apresentação sobre slides do patrono da Fundação, Manuel Viegas Guerreiro. Ao palco exterior à Fundação subiu o concerto «4 Mãos», um dos momentos altos do festival, no sábado, protagonizado pelo pianista Filipe Raposo e pelo desenho digital em tempo real de António Jorge Gonçalves, projetado em uma das fachadas da FMVG. 



Um outro ponto alto foi a presença de um quinteto da Orquestra de Jazz do Algarve, liderada pelo trompetista Hugo Alves, com temas de influência afro-latina, inspirados pelas incursões de Manuel Viegas Guerreiro em África e a presença da harpa e voz de Helena Madeira, no auditório da Fundação, que constituiu um outro momento de elevação e beleza do cartaz. O FLIQ 2018 acolheu e promoveu ainda a presença do programa «Todas as Palavras», da Radiotelevisão Portuguesa, que terá uma edição especial em torno de Gastão Cruz e do evento em Querença, a emitir no dia 1 de setembro, às 18h30, na RTP3.

A sessão de encerramento, sobre «Património Cultural», esteve a cargo do Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian e comissário do Ano Europeu do Património Cultural, Guilherme d’Oliveira Martins.

Fotografia: Vítor Pina