Palco de homenagem ao eterno génio da guitarra e mestre
absoluto do flamenco contemporâneo, Paco de Lucía, a vila de Castro Marim
acolhe a terceira edição do Festival de Lucía, de 17 a 19 de agosto, com
entrada gratuita.
No dia 17 de agosto, no final da tarde, antes do grande
concerto de em Castro Marim, António Rey fará uma «Serenata a Lucía», em Monte
Francisco, uma homenagem à mãe de Paco, Luzia Gomes, dali natural. Este momento
marcará também a inauguração do Largo Manuel Gomes – Tributo a Paco de Lucía, um
memorial ao guitarrista que evoca e resgata um pouco da vida e da obra do
músico, compositor e intérprete. A obra foi enquadrada no Plano de Ação de
Desenvolvimento de Recursos Endógenos (PADRE), aprovado no âmbito do PO CRESC Algarve
2020, sendo apoiado por Portugal e União Europeia e cofinanciado a 70 por cento
pelo FEDER.
António Rey, grande guitarrista e compositor de flamenco, é então
o artista convidado para o primeiro dia do Festival, com palco no Revelim de
Santo António, pelas 22h. Acompanhado pela guitarra de Daniel Fernandez, voz de
Maria Rey e percussão de Jose Rey, Antonio Rey vem apresentar o seu novo álbum «Dos
Partes de Mí», onde homenageia os seus grandes inspiradores, Paco de Lucía, Vicente,
Riqueni y Moraíto Chico. Um concerto no qual poderá desfrutar do incomum mundo
sonoro den Antonio Rey, um lugar onde se encontram a rigidez da tradição jonda
(cante jondo do flamenco) e a facilidade expressiva do jazz e onde Andaluzia e
África se abraçam.
No dia 18 de agosto, sábado, também pelas 22h, o palco é de
Javier Limón y Original Quarteto (OQ). Javier Limón é produtor, cantor e
compositor, com três álbuns já editados. Em 2004, recebeu o Grammy Latino de
Produtor do Ano pelo seu trabalho em «Cositas Buenas», por Paco de Lucía, entre
outros. É, desde 2008, o produtor da fadista Mariza, madrinha e embaixadora do
Festival de Lucía. Neste concerto, Javier vai propõe uma viagem no tempo que
percorre as sonoridades que o universo musical do flamenco criou. Javier
convida o Orquestra Quartet, músicos do mais alto nível e classe mundial, para
acompanhá-lo a interpretar o repertório escolhido e será ainda apresentada uma
canção inédita em homenagem ao Fado.
O último dia do Festival de Lucía, 19 de agosto, arranca
pelas 22h e recebe dois concertos. O primeiro do grupo Fandóziando, seguido de
Mário Pacheco, com a fadista convidada Ana Maria. Fandóziando é um projeto musical do violinista goês Orlando
de Noronha, habitualmente acompanhado por Óscar do Rosário, que convida guitarristas
locais por onde passa para o acompanharem num espetáculo que mistura o género
goês do mandô com o fado português e funde também o jazz e o swing americanos. A
vinda de Orlando de Noronha a Castro Marim é particularmente emotiva dado que o
seu primeiro professor de Guitarra Portuguesa foi Miguel Drago, que já não está
entre nós, um filho da região e que com ele desenvolveu uma relação de
fraternidade e admiração mútuas.
Mário Pacheco, reconhecido guitarrista e compositor
português, que acompanhou grandes vozes como as de Amália Rodrigues, Alfredo
Marceneiro ou Hermínia Silva, traz nesta noite a fadista Ana Maria. O primeiro
álbum de Mário Pacheco, editado em 1992, «Um outro olhar», marcou a história
musical portuguesa, abordando a nostalgia e a mescla da saudade e da tristeza
de uma outra forma. Mário Pacheco ganhou o prémio de Melhor Compositor em 2006,
pela Fundação Amália Rodrigues, e foi feito Comendador da Ordem do Infante D.
Henrique em 2015.