O Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão, o museu mais antigo do Algarve, localizado no edifício do Departamento Marítimo do Sul, em Faro, reabriu no dia 27 de julho, tendo patente uma coleção etnográfica sobre a atividade marítima e a pesca algarvia. Deste modo, ao longo de três salas – Baldaque da Silva, Lyster Franco, Manuel Bívar – podem-se encontrar navios de pesca e outras embarcações, aparelhos e utensílios de pesca, instrumentos, aparelhos e material de bordo, entre outros.

O Museu teve a sua génese no antigo Museu Industrial Marítimo, criado a 4 de janeiro de 1889, com o apoio do então Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, o Conselheiro Emídio Júlio Navarro, ficando integrado na antiga Escola Industrial Pedro Nunes, em Faro. Mais tarde, em 1916, as suas coleções foram entregues à Marinha, sendo expostas na Escola de Alunos Marinheiros do Sul, antes de serem integradas, em 1929, na sede do Departamento Marítimo do Sul. Ao Almirante Ramalho Ortigão deve-se a realização de importantes trabalhos de restauro e conservação de grande parte deste Museu que, em 1962, foi finalmente instalado na sua atual localização, junto às Docas de Faro, recebendo a sua designação em homenagem àquela ilustre oficial da Marinha.

Sendo um dos museus marítimos mais antigos de Portugal, tem por grande objetivo proporcionar aos visitantes uma perspetiva integrada do que foi, e ainda é, a atividade de pesca, construção naval, pilotos e segurança da navegação no Algarve. Para esse efeito conta com um vasto espólio composto por aparelhos, artes e utensílios de pesca, barcos de pesca e outras embarcações, quadros com temáticas marítimas, representando os peixes, moluscos e crustáceos mais importantes da fauna marítima portuguesa. A estes juntam-se instrumentos de navegação, aparelhos e material de bordo, modelos de construção naval e modelos de máquinas.

As coleções do Museu encontram-se distribuídas por três salas que se interligam entre si e constituem a sua exposição permanente. A sala «Baldaque de Silva», em homenagem ao distinto Oficial da Marinha, engenheiro hidrógrafo e organizador das coleções dos modelos de redes e embarcações de pesca, estudados e mandados construir pelo mesmo; a sala «Lyster Franco», em homenagem a este pintor que tanto interesse e trabalho despendeu com o restauro dos quadros expostos e que corriam um elevado risco de se perderem; a sala «Manuel Bívar», em homenagem ao ilustre engenheiro agrónomo farense cuja curiosidade e amor às coisas da Marinha se deve à construção de interessantes modelos depositados nesta sala do Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão.

O espaço está aberto a visitas entre as 14h30 e as 16h30 de terças, quintas e sextas-feiras, reservando-se as quartas-feiras para as visitas de grupo com marcação.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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