Foi, de facto, um concerto único aquele que juntou em Loulé, na noite de 15 de setembro, o carismático intérprete e compositor Berg aos talentosos José Alegre (guitarra portuguesa) e Cátia Alhandra (voz), músicos algarvios que reinventaram o fado com o seu projeto Fad’ Nu. Numa noite quente e desinibida, em constante interação com o público, Berg não se cansou de louvar a qualidade e o interesse da assistência que encheu o Cine-Teatro Louletano no «pontapé de saída» para a nova temporada desta prestigiada sala.

O concerto inseriu-se no ciclo «O Longe é Aqui», uma fórmula já bastantes vezes experimentada pela autarquia louletana e que tem vindo a revelar-se um sucesso, ao colocar lado a lado reconhecidos músicos nacionais com projetos locais de capacidade acima da média para encontros inéditos em palco. Disso foram exemplo os concertos surpreendentes de Aurea com o jovem quarteirense Bertílio Santos, ou de Maria João com as Moçoilas, inspirador projeto feminino algarvio de canto à capella, ou da Ronda dos Quatro Caminhos com Ricardo Martins, são-brasense mestre da guitarra portuguesa.

Desta feita, a encomenda artística do Cine-Teatro Louletano apresentou um Berg mais maduro e confiante que, depois de vários anos a acompanhar os mais importantes músicos portugueses, se assume agora como frontman, ator principal, figura de proa, estando já a preparar um trabalho discográfico em estúdio. Quanto aos Fad’Nu, nasceram do diálogo cénico e musical entre a cantora Cátia Alhandra e o guitarrista José Alegre, personagens fulcrais e identificadoras do Fado, Património Imaterial da Humanidade. Por isso, a experiência artística de 15 de setembro foi, realmente, única, abrindo, e de que maneira, o apetite para os intensos meses que se seguem no principal equipamento cultural do concelho de Loulé.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina


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