O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé acolhe, a 8 de
outubro, pela 18h30, mais uma sessão de «Livros Abertos», com «Os Anos Trump -
O Mundo em Transe» de Eduardo Paz Ferreira e apresentação por João Cravinho.
De acordo com o autor, “trinta anos depois da queda do Muro
de Berlim, o governo sueco reiniciou uma prática que havia suspendido: a publicação
de um opúsculo entregue a todos os suecos e traduzido em 13 línguas, online,
intitulado «Se Chegar a Crise ou a Guerra», que procura ser um manual de
sobrevivência”. “Mesmo admitindo que a Suécia não é o país em maior risco,
impressiona a perceção do seu governo de que tornamos a viver num mundo
perigoso, de muitas incertezas. Algumas já existiam antes da presidência Trump,
mas outras são consequência dela ou foram por ela substancialmente reforçadas”,
considera Eduardo Paz Ferreira. O livro contém uma importante advertência aos
cidadãos: caso ouçam a notícia de que foram dadas ordens para cessar a
resistência, trata-se de fakenews
(uma falsa notícia) e devem continuar a luta. “É este o aviso que aqui também
assumimos: não nos renderemos”.
Há 50 anos, Eduardo Paz Ferreira juntou-se à Oposição
Democrática nos Açores e contestou a Mocidade Portuguesa, o que lhe saiu caro.
Na Universidade, esmagado entre os defensores da lei, da ordem e dos «gorilas»
e os radicais de esquerda, não hesitou em ficar ao lado dos que queriam o fim
da ditadura. Com um pequeníssimo grupo de amigos, esteve na génese do PS.
Firmada a democracia e, apesar de convicto da importância dos partidos, não lhe
apeteceu filiar-se e iniciou um percurso livre, sempre na área do socialismo
democrático.
Lutou em momentos fundamentais, como a defesa da liberdade
de imprensa – era então jornalista da República de Raul Rêgo. Esteve ao lado de
Ramalho Eanes nas duas presidenciais e na campanha do PRD. Com Francisco
Salgado Zenha conheceu o amargo sabor da derrota, minimizado pela vitória de
Mário Soares na segunda volta. Licenciado, mestre e doutor em Direito, é
professor catedrático da FDUL e presidente dos Institutos de Direito Económico
Financeiro e Fiscal e de Direito Europeu da Faculdade. Leciona há 40 anos
Finanças Públicas e Direito Europeu, sem perder a esperança de ajudar à
formação de bons juristas e cidadãos conscientes.
Inquieta-se, com frequência, com o presente e o futuro do
país, da Europa e do Mundo e organiza movimentos de opinião e conferências.
Quando o deixam, vai à televisão falar destas coisas. De entre os muitos livros
que escreveu e organizou, recordam-se os mais recentes: «Da Europa de Schuman à
Não Europa de Merkel» (2014), «Encostados à Parede» (2015) e «Por uma Sociedade
Decente» (2016).