Se dúvidas houvessem de que o Algarve continua a ser a principal região turística de Portugal, os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatísticas conhecidos a 15 de outubro ilustram bem essa realidade, com mais de três milhões de dormidas registadas em agosto, o mês mais forte da época alta do turismo em Portugal, o que lhe granjeou uma quota de cerca de 40 por cento de todas as dormidas turísticas nacionais. E, atendendo ao valor total de janeiro a agosto, o Algarve soma já 13,5 milhões de dormidas nos primeiros oito meses do ano, muito acima das outras regiões, alcançando 34 por cento do total nacional acumulado. Um cenário bem diferente do verificado noutros tempos, em que a famigerada sazonalidade do Algarve era bem mais feroz, ainda que a região continue a ser sobretudo conhecida pela sua oferta nos produtos em torno do sol e mar. “Fomos reconhecidos vezes sem conta como Melhor Destino de Praia da Europa, mas o Algarve é uma panóplia de oportunidades, entre as quais o Turismo de Natureza com o birdwatching, que esteve em destaque no início de outubro em Sagres, o walking & cycling ou os passeios da costa para observação de cetáceos. Temos tido, realmente, a oportunidade de explorar diferentes nichos e segmentos de mercado até que se transformaram em produtos já com uma expressão significativa. Basta recordar que, em 2017, 70 por cento do aumento das dormidas no Algarve aconteceu durante os meses da chamada época baixa”, frisa João Fernandes. 

O presidente da Região de Turismo do Algarve lembra, contudo, que atenuar a sazonalidade não é um exercício de curto prazo e que a procura dificilmente se tornará homogénea ao longo do ano, pois estamos na presença de um destino fortemente procurado por famílias e estas estão condicionadas, por exemplo, pelos períodos de interrupção de aulas dos filhos. “Todos os agentes envolvidos no setor turístico, privados e públicos, têm feito um trabalho que nos deve orgulhar imenso. Nota-se um discurso forte e transversal sobre a necessidade de diversificar e qualificar a oferta do turismo do Algarve, de a rejuvenescer, de nos diferenciarmos por aquilo que nos caracteriza, não perdendo as nossas raízes. Quem visita um local quer ser cada vez mais um local e normalmente as pessoas com essa preocupação deixam mais valor nos territórios”, aponta João Fernandes.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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