
O historiador algarvio Fernando Pessanha tem um novo
trabalho intitulado «Ataques da pirataria à foz do Guadiana e a acção de António
Leite, alcaide-mor de Arenilha», na sequência da investigação originalmente
publicada no vol. XL dos Anais do Município de Faro, em 2018. Lançado pela Editora
Guadiana, de Vila Real de Santo António, a publicação desta separata tem por
objetivo fazer com que um assunto pouco estudado pela historiografia consiga
chegar a um maior número de pessoas. “Toda a gente sente uma enorme curiosidade
em relação à atividade do corso e da pirataria. Porém, e ainda que saibamos que
as costas do Algarve foram assoladas pela atividade pirática ao longo de toda a
Idade Moderna, pouco se sabe de concreto, nomeadamente no que se refere à foz
do Guadiana, a principal via de penetração do Sudeste peninsular”, defende o investigador
do Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes.
Por outro lado, este breve trabalho pretende demonstrar que
a «misteriosa» vila de Santo António de Arenilha teve muito mais dinamismo do
que inicialmente se pensava, em virtude do seu porto, por onde passava o
tráfego de escravos e outros produtos provenientes das praças do Norte de
África. “Por outras palavras, um paraíso fiscal para os que se dedicavam ao
contrabando com vista ao mercado castelhano e por onde passavam mercadorias, o
que fazia com que a vila fosse frequentemente atacada pela pirataria magrebina”,
acrescenta Fernando Pessanha, adiantando que estão para breve duas conferências
sobre este tema, uma no dia 16 de novembro, na Universidade de Sevilha,
num congresso internacional sobre as Ordens Militares e a Guerra, e outra, no
dia 22 de novembro, no âmbito das XXIII Jornadas de Historia de Ayamonte.