O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira fecha as suas
portas durante cerca de um mês para se iniciarem diversas obras tendentes a uma
melhor acessibilidade a este pólo cultural situado na zona nobre da cidade. As obras
decorrem de um projeto submetido à Linha de Apoio ao Turismo Acessível do
Turismo de Portugal, no valor total de 283 mil e 714,47 euros. Do total de
investimento foi considerado elegível pelo Turismo de Portugal para efeitos de
candidatura o valor de 168 mil e 414,74 euros e será atribuído um incentivo de
90 por cento, o que corresponde a 151 mil e 573,26 euros.
Este projeto decorreu de um levantamento de barreiras que
incluiu as barreiras físicas do espaço envolvente, das áreas visitáveis, dos
lavabos, das barreiras intelectuais e de comunicação do espaço expositivo,
sendo um dos métodos auscultação a associações de pessoas portadoras de deficiência
e a elementos da sociedade, com vista à igualdade de oportunidades no acesso à
educação e à cultura, para um pleno exercício do direito de participação
cívica, ativa e integral, para cada cidadão. Deste modo, a zona envolvente ao
museu terá lugares de estacionamento reservado a pessoas com mobilidade
reduzida, bem como uma área de circulação pedonal, assegurada através da
colocação de pinos.
Na fachada do museu será instalada uma rampa que servirá de
entrada principal a par com a existente, podendo qualquer visitante optar por aquela
que melhor lhe convier. Na receção haverá um balcão para exposição dos produtos
de merchandising, com altura que permite visibilidade para o público em
cadeiras de roda. Ainda neste espaço, passará a haver um monitor com informação
sobre as atividades culturais no concelho, em multilingue e opção de voz. As
salas, dedicadas aos períodos da Pré-história, Romano, Visigótico/Islâmico e Idade
Moderna, conterão a projeção de textos em vários idiomas (português, inglês,
francês, castelhano e alemão), apontamentos sonoros, prateleiras com réplicas
táteis das peças que se encontram no interior das vitrinas.
A sala do período Visigótico/islâmico, por ter um desnível
superior, ainda que superada por uma plataforma elevatória, não será inserida
no percurso acessível, se bem que possa ser visitada por pessoas com outras
necessidades especiais que não as motoras. Neste caso, uma mesa interativa
colocada na sala anterior fará a apresentação dos objetos, dos textos, bem como
conterá outras informações complementares. Na Sala da Idade Moderna (que contém
elementos pétreos arquitetónicos, provenientes da antiga Igreja Matriz de
Albufeira), haverá lugar à instalação de uma tela e projetor com colunas, para
projeção de filmes, documentários e outra informação audiovisual correspondente
a exposições temporárias, datas festivas ou outros eventos.
Os lavabos sofrerão obras de remodelação total e prevê-se a
instalação de um lavabo acessível, muda fraldas e espaço para alimentação e
bebedouro de cães guia. Para o público em geral serão instalados dois lavabos. No
percurso acessível, no interior do museu, será oferecida a possibilidade do
recurso a tablets com aplicação dedicada, nos quais o visitante poderá optar
por áudio guia ou por informação textual. Todos os conteúdos serão
disponibilizados nas referidas línguas estrangeiras e em Língua Gestual
Portuguesa e Inglesa. Estará também disponível uma versão multilingue com
tratamento de áudio descrição. Para o público infantil foram contempladas duas
versões, em português e em Inglês. Ao longo do percurso acessível as peças
tácteis ou réplicas terão igualmente legendagem em Braille. Todos os obstáculos
serão assinalados por pavimento tátil.
Está previsto a abertura de um pequeno núcleo interpretativo
da Praça da Republica, no qual foi considerado todas as medidas necessárias à
acessibilidade universal, que complementará a oferta cultural a turistas e
locais. Os funcionários do museu têm usufruído de formação na área das
acessibilidades, facto a que se pretende dar continuidade, complementado com
cursos em línguas estrangeiras e LGP. Assinala-se ainda a aposta na da
acessibilidade web do museu e no incremento de iniciativas de sensibilização
dirigidas à comunidade local, hoteleiros, lojistas, restauração, associações,
com objetivos específicos de sensibilizar para as questões da acessibilidade e
promover a ideia de retorno social, turístico e económico que estas podem
acarretar, bem como, de ganho comum. Pretende-se ainda iniciar uma série de
atividades dirigidas a famílias e grupos com necessidades especiais.