Depois da estreia auspiciosa, a 27 de março, Dia Mundial do Teatro, o grupo olhanense «A Gorda» voltou a levar a cena, no Auditório Municipal de Olhão, em dose dupla, nos dias 9 e 10 de novembro, a peça «Hoje Não Há Teatro II». O enredo sintetiza a saga «Bailarinas e Pezinhes de Xumbe», no qual um pretenso encenador procura sem sucesso levar à cena histórias da literatura tradicional, conhecidas de todos, tentando convencer o público de que são escritas por si com base em factos verídicos passados em Olhão.

Encenador que, recorde-se, no primeiro capítulo de «Hoje Não Há Teatro» era o varredor da sala de teatro. Na altura, chegado o dia da estreia, tudo falha e, na iminência de não haver espetáculo, o funcionário desenvolve um estratagema para ludibriar o público. Face ao sucesso inesperado, o varredor de lixo decidiu evoluir e, depois de tirar um curso rápido na internet, comprar um lenço e um cachimbo, regressou aos palcos para levar a cena a conhecida história de Romeu e Julieta.

O problema é que, de novo na data de estreia, com a sala cheia de espetadores, tudo volta a correr mal. Primeiro falta o narrador, depois são os protagonistas principais que decidem não aparecer e, num desespero completo, o encenador decide transformar a estreia da peça num casting para escolher as personagens. Um casting em que aparece, sem aviso prévio, a mãe do encenador, bem como a filha da produtora e suas amigas, que têm à força que fazer parte da peça, e até um romeno com, alegadamente, formação do famoso teatro russo. Ingredientes mais que suficientes para garantir uma sessão muito bem disposta, mas também educativa, pois ficou-se a saber que Romeu e Julieta, e também o Rei de Marrocos, afinal de contas, eram todos de Olhão.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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