«Setor do Mar em Olhão e no Algarve - Ameaças e Oportunidades» foi o tema do seminário com que o Município de Olhão assinalou o Dia Nacional do Mar, a 16 de novembro. A iniciativa, organizada pelo Gabinete de Apoio ao Empresário da Câmara Municipal de Olhão, levou várias dezenas de empresários, dirigentes e responsáveis ao Auditório Municipal de Olhão, com a abertura dos trabalhos a estar a cargo do edil António Miguel Pina e de Alexandra Teodósio, vice-reitora da Universidade do Algarve. “Há 20 anos falava-se de Pescas, depois de Pescas e Aquacultura, hoje fala-se de Mar. O panorama mudou substancialmente porque este espaço que é o Oceano e a Ria Formosa, evoluiu e acolhe, atualmente, uma panóplia de atividades que vai muito para além do que era a tradicional pesca. O que é positivo, porque muitas destas novas atividades advêm de um crescimento no conhecimento e na tecnologia”, frisou António Miguel Pina.

Alexandra Teodósio, vice-reitora da Universidade do Algarve

Para o presidente da Câmara Municipal de Olhão, o surgimento da Universidade do Algarve desempenhou um papel fundamental na mudança deste paradigma e os resultados estão à vista, com muitas novas empresas a investigarem o que é a relação do ser humano com os peixes, as micro e as macroalgas, mas também inseridas no ramo da construção naval associada às energias renováveis. “Muito mudou nas últimas duas décadas e para melhor. A Ria Formosa tornou-se uma alavanca para o desenvolvimento turístico do Algarve, traduzido num aumento da empregabilidade. Não é por acaso que Olhão, de 2014 para 2018, passou do concelho com a maior taxa de desemprego da região para o concelho com a segunda menor taxa. São novos postos de trabalho associados ao Turismo e ao Mar”, destacou o autarca, reconhecendo, porém, que há igualmente novos constrangimentos com que lidar e novos problemas para resolver. “Este é o momento certo para refletirmos sobre esta nova realidade e para abordarmos as dificuldades com que cada um se debate na sua atividade. Precisamos ter um desenvolvimento sustentável, pois vivemos num espaço ambientalmente sensível e a sua qualidade é essencial para o nosso sucesso”, reforçou António Miguel Pina.

Em representação da Universidade do Algarve compareceu Alexandra Teodósio, sabendo-se que o Mar tem uma forte preponderância na oferta curricular da academia algarvia. “Temos uma grande relação com a Ria Formosa e com Olhão, não só em termos de investigação, mas também de dinamização de atividades com a comunidade e empresas do concelho. No panorama global das alterações climáticas, acreditamos que algumas das ameaças podem ser transformadas em oportunidades e queremos contribuir para essa transição, de forma a que se possam explorar de forma mais sustentável os nossos recursos”, referiu a vice-reitora. “Desejamos que, no futuro, se alcance uma Sociedade Azul que preserve o Mar de uma forma global e que não se pense apenas no que se pode retirar do meio marinho”, enfatizou.

Teresa Almeida, gestora do Programa Operacional Mar 2020

A sessão prosseguiu com a intervenção de Teresa Almeida, gestora do Programa Operacional Mar 2020, que abordou os projetos previstos para o Algarve e mais especificamente para Olhão. Depois, houve lugar à partilha de experiências de vários empresários ligados ao setor das pescas e do mar, casos de Jorge Ferreira (Conserveira do Sul), Jorge Dias (Sparos), João Navalho (Necton), João Bastos (SunConcept), Francisco Antão (Algarfresco), Marta Rocha (Cooperativa Formosa), Rui Moreira (Bivalvia), Miguel Cardoso (Olhãopesca) e Rui Roque (Nautiber). O encerramento do seminário «Setor do Mar em Olhão e no Algarve - Ameaças e Oportunidades» coube ao presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, e ao Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina