Por esta altura o núcleo duro da Folha de Medronho –
Associação de Artes Performativas encontra-se na Guiné Bissau a preparar a peça «Kangalutas»,
mas as atenções estão já concentradas no «Tanto Mar – Festival Internacional de
Artes Performativas de Loulé» que irá decorrer, de 7 a 9 de março, no
Cine-Teatro Louletano. Em 2018 várias foram as atividades dinamizadas nos
campos da formação de dança contemporânea e teatro, exposições e peças de
teatro, ou seja, Alexandra e João de Melo Alvim vieram para o Algarve com o
intuito de abrandarem um pouco o ritmo das suas vidas, mas depressa perceberam
que não o conseguiam fazer e que ainda tinham muito para dar à comunidade,
sobretudo em termos culturais.
Assim nasceu, em outubro de 2017, a Folha de Medronho, não
para ser apenas mais uma associação cultural, mas para dar um contributo
diferente. E isso mesmo se constata, de imediato, com o conceito do «Tanto
Mar», uma sequência natural do trabalho que a dupla já vinha realizando na
estrutura profissional a que se encontravam ligados em Sintra, fundada, em
1987, por João de Mello Alvim. “Estávamos um pouco cansados destas lides, mas
achamos que, sem pisar ninguém, nem duplicar a oferta, havia espaço em Loulé
para uma associação com as nossas características e para fazer um trabalho, não
concorrente, mas convergente. E uma das coisas que trazemos para o Algarve é a
nossa ligação com os países falantes de língua portuguesa”, explica João,
lembrando que a primeira produção da Folha de Medronho aconteceu precisamente
na Guiné Bissau, em janeiro de 2018, «Dois tiros e uma gargalhada», com o apoio
da Fundação Calouste Gulbenkian.
Depois de estudado o que já é feito na região algarvia surge
então o «Tanto Mar», um festival que deseja ligar, por mar, Loulé a vários
países de expressão portuguesa, ideia que foi prontamente abraçada pela
autarquia local. “Não é um festival que acontece nessa data e acabou. Em abril
estarei em São Tomé e Príncipe a trabalhar com um grupo local, um outro de
Angola irá realizar workshops no Brasil, portanto, o festival dura o ano todo,
embora a sua face mais visível tenha lugar em Loulé, em março”, adianta João de
Mello Alvim. “Gostaríamos que Loulé fosse, a prazo, um centro das artes
performativas dos países que falam português”, acrescenta.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve
Informativo® e Folha de Medronho
Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__186