Foi durante a desmontagem da exposição «Até não haver mais», que esteve patente na Delegação de Faro do Instituto Português do Desporto e Juventude, que conversamos com Leandro de Sousa Marcos, artista visual farense de 26 anos que era para ser arquiteto… mas quis o destino que seguisse outros caminhos, e até agora não está arrependido da escolha que fez. O gosto para desenhar existia desde pequeno, a mãe estava sempre a incentivá-lo e o pai estava ligado à construção civil, mas Leandro era um pouco mandrião na escola e as notas não ajudavam, de modo que acabou por entrar para Artes Visuais da Universidade do Algarve. “Pensava que ia brincar um bocadinho com as artes, fazer desenhos, tirar fotografias seja ao que fosse e filmar qualquer coisa. Nem sequer sabia o que era a videoarte, nem nunca tinha estudado a História da Arte, a matemática é que era importante para a Arquitetura. Fui apanhado de surpresa, mas o interesse aumentou à medida que o tempo ia passando e ia conhecendo novas pessoas ligadas ao meio”, recorda o artista.

Decidido o novo rumo a seguir, Leandro de Sousa Marcos já não se imagina a ser um arquiteto, até porque essa opção provavelmente o obrigaria a sair de Faro, a afastar-se das suas raízes, da família e amigos. Se fez a melhor escolha ou não, não consegue dizer, mas depressa garante que ser artista lhe abriu espaço para o conhecimento. “Toda a minha vida fui curioso e um artista é bom se estiver sempre a tentar adquirir novos saberes, não é só criar obras e montar exposições”, entende o entrevistado, considerando que a arquitetura é uma matéria muito específica, ao passo que a arte dá liberdade para se fazer dentro dela o que cada um quiser. “A arquitetura regula o desenho técnico para se construir edifícios e, embora haja espaço para a criatividade, há sempre restrições. Na arte, elas não existem”, distingue. E isso mesmo se observa no trabalho de Leandro de Sousa Marcos, que vai da pintura à escultura, vídeo e instalações. “Senti um bom choque entre várias formas de arte, algo que não estava à espera quando entrei para o curso. Como já cresci na era das redes sociais e do online, a fotografia para mim era uma coisa banal e limitada, servia apenas para se publicar no Facebook ou Instagram. No vídeo pensava apenas em termos de videoclips. Cheguei às Artes e percebi que as minhas noções estavam completamente erradas”, confessa. 

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve Informativo®

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