Decorrem, até 22 de fevereiro, as candidaturas à sexta
edição do DiVaM, programa de valorização dos monumentos afetos à Direção
Regional de Cultura do Algarve, mais concretamente o Castelo de Aljezur, as
Ruínas Romanas de Milreu, o Castelo de Loulé, o Castelo de Paderne, os Monumentos
Megalíticos de Alcalar, a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe e a Fortaleza de
Sagres, desta feita sob o mote «Viagem». E a escolha do tema foi simples, uma
vez que, em 2019, se assinalam os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação
planetária de Fernão de Magalhães, navegador que planeou e comandou a expedição
marítima que permitiu demonstrar definitivamente a esfericidade da terra.
Com este tema pretende-se promover a demanda de novos
caminhos, tangíveis ou imaginários, numa busca constante de evasão e
reinterpretação, que permitam descobrir novos lugares e utopias, encontros ou
reencontros, com o outro ou connosco próprios. O programa DiVaM pretende
contribuir, assim, para destacar a importância das comunidades locais na
valorização do património cultural, indo ao encontro dos princípios da
«Convenção de Faro», pois tenta promover o património cultural como fator de
aproximação, de diálogo, de coesão social e de uma cidadania cada vez mais
inclusiva. “O DiVaM tem vindo a consolidar-se ao longo dos anos e a dar
uma vida aos monumentos, que é importante que exista, para além de prolongar-se
até dezembro. Deste modo, as pessoas fazem uma visita aos monumentos e, ao
mesmo tempo, acompanham todas estas atividades culturais que têm um cariz
bastante variado”, refere Adriana Freire Nogueira.
Levar mais visitantes aos monumentos é uma preocupação da
nova Diretora Regional da Cultura do Algarve e, depois de elas lá estarem,
depressa constatam a riqueza de todo aquele património histórico e
arquitetónico. “O problema é que muitas pessoas realmente não querem ir, estão
distantes dos monumentos, não sabem se podem entrar, algumas até pensam que não
se sabem comportar naqueles locais. Tenho conversado com o Delegado Regional de
Educação do Algarve para «cozinhar» um programa nas escolas, com professores
que também estejam motivados para tal, de sensibilização do património. Existe
um programa nacional, mas não se consegue adaptar completamente ao Algarve”,
desvenda a entrevistada, acreditando que é junto dos mais novos que este
caminho deve começar a ser trilhado. “Há muitos anos acontecia o mesmo com as
bibliotecas e conseguiu-se ultrapassar o problema. Temos o Plano Nacional de
Leitura e o Plano Nacional de Cinema, mas um ligado aos museus, palácios, à
arte, se calhar ainda não existe no melhor formato para nós. Há o «A Minha
Escola Adota um Museu, um Palácio e um Monumento», mas queremos algo mais
próximo da realidade algarvia”.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina/Algarve
Informativo® e Irina Kuptsova
Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__189