As amendoeiras em flor levaram mais de mil pessoas à Cumeada da Alta Mora, para participarem nos dois passeios pedestres promovidos pela Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos da Alta Mora (ARCDAA), nos dias 3 e 10 de fevereiro. Este ano, pela primeira vez, a ARCDAA optou por realizar dois passeios para conseguir responder ao número de interessados, que aumenta de edição apara edição.

Aproveitando uma das paisagens mais bonitas desta estação, a iniciativa prima por dinamizar o interior do concelho de Castro Marim, contribuindo para a promoção de todo o potencial natural e desportivo da região da serra algarvia. Depois dos vales, montes, ribeiras e campos de amendoeiras, os participantes desfrutaram de um almoço-convívio, numa tarde muito divertida, com direito a um baile animado pelo «Duo Reflexo». Decorreu também, nos dois dias de passeio pedestre, um mercadinho com venda de produtos locais (doces, cestos, empreita, compotas, chouriços, queijos, etc.), que atraiu os olhares para outras maravilhas do algarve interior, a gastronomia e o artesanato.

A atividade teve início em 2005, numa altura em que os passeios pedestres pela natureza começavam a dar os primeiros paços, tendo sido abraçada por esta associação com sede na antiga Escola Primária de Alta Mora, pequena localidade do interior da Freguesia de Odeleite, no concelho de Castro Marim, onde residem pouco mais de uma centena de pessoas. “Com o objetivo de dinamizar este «pequeno canto» do concelho conhecido por Cumeada de Alta Mora, onde o despovoamento, a desertificação e o envelhecimento da população se fazem sentir, à semelhança do que acontece em todo o interior algarvio, os poucos jovens residentes decidiram, em 2003, dar as mãos e avançar com a criação da ARCDAA, para dar a conhecer as suas paisagens, cultura, artesanato e preservar as tradições locais”, conta o presidente da direção, Valter Matias.

Foi neste contexto que surgiram os primeiros passeios pedestres, tendo como elemento chamativo as seculares amendoeiras em flor, que ao longo das últimas décadas foram sendo progressivamente abandonadas, mas que ainda teimam em resistir às difíceis condições de sobrevivência a que são sujeitas, “resultado da falta de limpeza de lenhas secas, falta de lavoura e fertilização, da não apanha dos frutos e da presença de secas cada vez mais prolongadas”, observa o dirigente, reconhecendo que, no início, não foi fácil levar pessoas a caminhar pelo meio da serra, entre vales, ribeiras e montes, “onde ainda ninguém se tinha aventurado a desvendar os encantos e maravilhas naturais escondidas por detrás destes montes e vales”.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: ARCDAA - Valter Afonso e Tiago Cristo

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