O Município de Silves prepara o início da obra de requalificação
do Jardim do Largo da República, que se desenvolverá ao longo de 14 meses, com
um investimento na ordem dos 1,8 milhões de euros, beneficiando de
comparticipação comunitária no montante de 558 mil euros.
A empreitada de obras
públicas consiste na promoção da requalificação paisagística e funcional do
Jardim da República, contemplando espaços verdes, pavimento, remodelação
integral das infraestruturas das redes de abastecimento de água, saneamento e
águas pluviais, iluminação pública, telecomunicações, mobiliário urbano (abrigo
de paragem, bancos e mesas de piquenique, estacionamento de bicicletas,
papeleiras, bebedouros, ilha ecológica), criação de elemento de água com
nebulizadores, construção de edifício com cafetaria, sanitários de uso público
e esplanada com sombreamento.
Nas soluções técnicas adotadas optou-se por uma abordagem
contemporânea, de promoção do recreio e lazer, funcionalmente acolhedora e
acessível a todos, em simultâneo com a manutenção da memória do jardim através
da preservação de elementos caraterizadores (presença de água, árvores de
grande porte, variedade florística) e da estrutura base do jardim (eixos
longitudinais, simetrias e alinhamentos arbóreos). As luminárias existentes no
interior do Jardim, porque constituem elementos marcantes da imagem e história
do espaço, serão recuperadas e relocalizadas na zona poente, assim como o
bebedouro existente que será também relocalizado. O espaço do jardim
permanecerá estruturado em três zonas distintas: Alameda das Árvores - lado
poente (espaço mais aberto), Praça Central (receção de eventos, concertos,
feiras, exposições) e Jardim do Fresco - lado nascente (área com carácter mais
intimista e romântico).
A questão da circulação automóvel e do estacionamento foram
tidos em conta, mantendo-se uma faixa de circulação de sentido único (com
largura mínima estipulada), velocidade máxima de 30 Km/h e o estacionamento
disposto em espinha, perfazendo um total de 79 lugares, valor aproximadamente
igual ao existente atualmente. Nos pavimentos do Jardim prevê-se a aplicação de
lajes de calcário do escarpão, betão decorativo, chapas decorativas, calçada
grada de granito e calçada grada de calcário. Todo a pavimentação do Jardim
será de nível (sem passeios sobre-elevados), «jogando-se» com cores e
contrastes. Ao nível da vegetação, serão respeitados os alinhamentos arbóreos
existentes por constituírem um dos elementos estruturais e caraterizadores do
atual espaço.
Em 2016 foi realizado um «Levantamento Fitossanitário e
Avaliação de Risco de Rutura de Árvores no Jardim do Largo da República» por
equipa técnica do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, ao
abrigo do qual a autarquia de Silves procedeu recentemente ao corte de árvores
no Jardim que apresentavam um nível de perigosidade máximo (12) numa escala de
1 a 12, privilegiando a segurança de pessoas e bens. Será ao abrigo do mesmo
trabalho científico que serão abatidas novas árvores no âmbito da empreitada,
espécies que não reúnem as condições mínimas em termos de fitossanidade. Manter-se-ão
as árvores de grande porte localizadas no lado poente, as duas palmeiras
existentes (uma delas será deslocalizada) e várias outras espalhadas pelo
Jardim, num número aproximado de quinze. Plantas e arbustos serão
transplantados para outras zonas da cidade.
A par da manutenção máxima do existente, o novo projeto
prevê a plantação de 65 árvores com altura mínima de quatro metros, por forma a
apressar o sombreamento, 165 arbustos (grandes), 596 arbustos (pequenos) e duas
mil e 846 herbáceas vivazes, assegurando-se, desta forma, a componente
fundamental dos espaços verdes.