O Teatro das Figuras, em Faro, foi palco, nos dias 3 e 4 de abril, da estreia de «Sombra», o novo espetáculo da Associação ArQuente, que contou com direção do conhecido coreógrafo Miguel Moreira. “É um trabalho sobre o corpo e a incompreensão de o entender e percebê-lo no mundo. Pessoas que esperam e olham entre si mesmas através dos outros. Os seus corpos tombam e arrastam-se pelo chão desenhando caminhos possíveis para a existência. A Sombra é um espaço protetor de altas temperaturas onde já não podemos fugir daquilo que somos e do que realmente sentimos aqui e agora”, descreve Miguel Moreira

Os ensaios, com o elenco composto por seis intérpretes/cocriadores, António Guerreiro, Carolina Cantinho, Fúlvia Almeida, Ricardo Mendonça, Tátá Regala e Teresa Silva, começaram em outubro do ano passado, altura em que o grupo performativo de Faro conseguiu que Miguel Moreira aceitasse o convite. “Há muito tempo que desejávamos trabalhar com ele. O seu trabalho é incrível e sabíamos que seria uma experiência única ter alguém assim a dirigir-nos. O Gil Silva, diretor do Teatro das Figuras, colocou-nos em contacto com o trabalho do Miguel Moreira e acho que nos apaixonamos desde o primeiro instante”, conta Teresa Silva, presidente da Associação Cultural ArQuente.

Durante o processo criativo, Miguel Moreira teve a colaboração da bailarina Maria Fonseca, com quem trabalha desde 2018 no Útero, associação cultural fundada pelo coreógrafo em 1997 e que é o maior testemunho da sua identidade artística e criativa. Quanto a «Sombra», e de acordo com a ArQuente, “é uma produção inquietante, humana, estética e ímpar, onde o espetador é quem «define» aquilo que vê”. “O Miguel e a Maria desafiam-nos constantemente a explorar outras dimensões de nós, a vermo-nos nos outros. Quando olho para o outro vejo-me a mim. Penso que depois do «Sombra» não seremos os mesmos, aliás, não somos os mesmos no final de cada ensaio”, confessa Teresa Silva.

A ArQuente – Associação Cultural foi criada em 2006 e desde então desenvolve um trabalho multidisciplinar, tocando e juntando o teatro, as artes performativas, a dança, a música, as artes visuais e multimédia. «Sombra» é a sua mais recente criação, numa coprodução com o Teatro das Figuras.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Filipe Farinha/Stills

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