Mário Laginha é, como todos o reconhecem, um compositor
prodigioso, um virtuoso pianista, um dos melhores da sua geração, quiçá de
todos os tempos, ainda por cima com raízes algarvias, daí que os seus concertos
no sul do país esgotem invariavelmente. Mas quando se trata da estreia mundial
de uma nova composição, ainda maiores são as razões para não se faltar ao
momento, daí que depressa tenham voado os bilhetes para o espetáculo que teve
lugar, no dia 18 de abril, no Cine-Teatro Louletano, em Loulé.
O concerto fez parte do III Festival Internacional de Piano
do Algarve, apoiado pelo programa cultural «365 Algarve», e o maior aliciante
foi, conforme referido, a estreia da sua mais recente obra escrita para piano e
orquestra de cordas, em resposta a um desafio lançado pelo reputado Maestro
Armando Mota. Uma obra terminada há sensivelmente duas semanas, conforme
referiu Mário Laginha, e que contou com a participação do prestigiado Quarteto
de Cordas de Matosinhos. Quarteto que começou por abrir a noite, seguindo-se
uma atuação a solo de Mário Laginha, fantástico como de costume.
E como é maravilhoso ver o pianista deixar-se levar pela sua
veia jazzística e abandonar, de repente, a partitura, voar por outros mundos,
saborear as emoções do momento e depois regressar, de forma perfeita, às notas
previamente registadas no papel. Finalmente, com Mário Laginha e o Quarteto de
Cordas de Matosinhos juntos em palco, a ocasião por que todos esperávamos,
ouvirmos pela primeira vez, antes de todos os outros, a nova criação de três
andamentos do compositor e pianista filho de uma louletana. E por breves
instantes viajamos no tempo e sentimo-nos como aqueles privilegiados que
assistiam às estreias de Mozart, Beethoven e tantos outros nomes imortais da
música clássica. Como certamente imortal será o nome de Mário Laginha.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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