Nos últimos 18 anos, Filipe da Palma fotografou platibandas
um pouco por todo o concelho de Olhão e no Algarve, mostrando agora, no Museu
Municipal de Olhão - Edifício do Compromisso Marítimo, o resultado desse
trabalho através da exposição «Platibandas de Olhão», patente até 31 de maio. A
mostra foi inaugurada no dia 16 de abril, no âmbito do Dia Internacional dos
Monumentos e Sítios - que se assinala a 18 de abril -, com a presença do autor,
da vereadora da Cultura, Gracinda Rendeiro, e do presidente da Junta de
Freguesia de Olhão, João Evaristo, entre muitos populares apreciadores do
trabalho de Filipe da Palma. “Há
18 anos «desaguei» em Olhão. Sou um apaixonado por esta terra. Para mim, é um
bastião, um sítio que concentra uma riqueza enorme ao nível do património
popular. Muitas pessoas não se reveem neste tipo de património, que se vai
perdendo a cada dia que passa, como acontece com as platibandas”, lamentou o
fotógrafo algarvio de 47 anos, durante a exposição sobre as «suas» platibandas
de Olhão.
A
vereadora da Cultura, Gracinda Rendeiro, destacou esta forma de “chamar a
atenção para o que está à vista de todos”, enaltecendo o trabalho do fotógrafo
que pela segunda vez expõe no Museu Municipal de Olhão. “Foi assim que descobri
Olhão, com as suas açoteias, platibandas, mirantes, pangaios, com a sua cor”,
testemunha Filipe da Palma, que diz ter vivido “um momento de epifania” quando
percebeu que existia outro Algarve, que não o do sol e praia. “Esse momento de
epifania aconteceu através das platibandas (toda a gente fala das chaminés!!).
E à semelhança das chaminés, não há duas platibandas iguais, que são uma
riqueza imensa, não valorizada. É uma recolha que começou há 18 anos e que vai
continuar. Só faço fotos de platibandas com o céu azul, quando não há sombras,
porque todas elas têm que brilhar! São flashes de formas, de cores, de
texturas...”, testemunha o autor. “Com este trabalho pretendo que se preserve o
que está feito. Porque todas são peças únicas e, quando uma platibanda é
deitada abaixo, não há outra que a possa substituir, já não há mestres que as
façam. Tento incutir nas pessoas o gosto pelo que têm, para assim o
preservarem. É neste tipo de beleza que me revejo. E Olhão é riquíssimo nesta
beleza!”, acrescenta o fotógrafo.