O Festival MED anunciou mais dois nomes para o cartaz da sua 16.ª edição, designadamente Gato Preto (Gana / Moçambique / Portugal) e Omiri (Portugal), que assim participarão num dos principais festivais de World Music no circuito europeu.

Depois de um concerto cancelado devido à chuva na edição de 2018, os Gato Preto regressam na máxima força ao MED para dar tudo em palco, com toda a energia a que já habituaram o público. Formados pela rapper, performer e letrista Gata Misteriosa – ela que cresceu nos arredores de Lisboa e tem ascendência moçambicana – e pelo produtor (beats e sintetizadores) ganês, há muito residente na Alemanha, Lee Bass – ele que também orgulhosamente congrega para a sua música a profunda tradição do highlife do Gana -, os Gato Preto nasceram em Dusseldorf, na Alemanha, em 2012 e começaram de imediato a marcar um território musical que é só deles.

Na sua música encontramos kuduro, baile funk e kwaito mas igualmente… punk e metal, rap e trap, afrobeat e afrohouse, para além de o duo fazer questão de homenagear explicitamente duas lendas maiores a quem a música atual tanto deve e que tantas vezes são esquecidas: George Clinton (o mentor dos Funkadelic e dos Parliament) e Lee «Scratch» Perry, o principal inventor do dub jamaicano. E depois de vários singles e EPs como «Tschukudu», «Dinheiro Negro», «Soundgals», «Pirao», «Barulho», «Dia-D», «Take a Stand» ou «Feitiço», e de um álbum completo, «Tempo», editado em 2017, é agora a altura certa para ficarmos a conhecer a música futurista e pan-africana dos Gato Preto.

Artista convidado na apresentação do 15.º Festival MED, em maio de 2018, no Cine-Teatro Louletano, Omiri é um dos integrantes do alinhamento musical do evento este ano. Trata-se de um dos mais originais projetos de reinvenção da música tradicional portuguesa e, para reinventar a tradição, nada melhor que trazer para o próprio espetáculo os verdadeiros intervenientes da nossa cultura; músicos e sons de todo o país a tocar e a cantar como se fizessem parte de um mesmo universo. Não em carne e osso, mas em som e imagem, com recolhas transformadas e manipuladas em tempo real, servindo de base para a composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais.

Também se propõe um baile onde todos os temas tocados são dançáveis, segundo o ritmo e o balanço das danças tradicionais e não só (repasseados, drum’n’bass, malhões, viras, break beat, corridinhos...). Omiri é, acima de tudo, remix da cultura do século XXI, ao misturar num só espetáculo práticas musicais já esquecidas, tornando-as permeáveis e acessíveis à cultura dos nossos dias, isto é, sincronizando formas e músicas da nossa tradição rural com a linguagem da cultura urbana. Em Omiri, a música e cultura portuguesa é rica e gosta de si própria.

Estes nomes juntam-se aos já confirmados Marcelo D2 (Brasil), Mellow Mood (Itália), Marinah (Espanha), o projeto multicultural e transnacional The Turbans (Bulgária / Israel / Irão / Grécia / Turquia / Reino Unido), Kel Assouf (Níger/Bélgica), Selma Uamusse (Moçambique/Portugal), Orkesta Mendoza (Estados Unidos/México), Anthony Joseph (Trindade e Tobago), Moonlight Benjamin (Haiti/França), Dino D’Santiago (Portugal/Cabo Verde) Tshegue (Congo/França) ou aos portugueses Gisela João, Dead Combo, Diabo na Cruz, Cais do Sodré Funk Connection, Camané e Mário Laginha. O Festival MED decorrerá de 27 a 30 de junho (este último, o «Dia Aberto»), na Zona Histórica de Loulé, este ano ostentando o galardão de «Melhor Contributo para a Sustentabilidade» na Península Ibérica, distinção alcançada nos Iberian Festival Awards.

Os bilhetes já estão em pré-venda na BOL, parceiro do Festival MED, através do link https://bit.ly/2W2cLvy. Todas as informações sobre o Festival MED disponíveis em https://www.facebook.com/festivalmedloule/.