O Cine-Teatro Louletano tem privilegiado ao longo das várias
temporadas o envolvimento da comunidade local nas atividades desenvolvidas, promovendo,
sempre que possível, a articulação/colaboração entre os artistas nacionais e o
tecido cultural do concelho composto por escolas, associações, criativos e
outras entidades, para além de valorizar a descentralização da oferta cultural,
dinamizando eventos em locais não camarários. Na temporada que decorrerá entre
setembro e dezembro deste ano, essas linhas orientadoras centram-se em três
níveis: o envolvimento ativo da comunidade local nas atividades desenvolvidas,
a descentralização geográfica da programação e a promoção dos artistas locais e
regionais.
No âmbito do FOMe – Festival de Objectos e Marionetas &
Outros Comeres, o workshop de percussão «CHÁ:VENA», ministrado pelo formador
João Ricardo de Barros Oliveira (Lixoluxopoético), entre os dias 8 e 13 de
setembro, contará com a participação de alunos do Conservatório de Música de
Loulé – Francisco Rosado, da Escola Municipal da Banda Filarmónica Artistas de
Minerva e com elementos das associações artísticas Rhakatta e Satori, ambas
louletanas. Ainda relativamente ao FOMe, e indo ao encontro do conceito do
festival, o Cine-Teatro estimula e integra os agentes locais da restauração na
programação prevista para Loulé propondo a realização de um espetáculo no
espaço exterior do «8100 Café» e desafiando o mesmo a preparar uma ementa
especial em ligação com a criação artística a apresentar.
Tal envolvimento poder-se á observar também no concerto «Canções
de Roda» que junta, de forma inédita, nomes maiores da música portuguesa como
Sérgio Godinho, Vitorino, Ana Bacalhau e Jorge Benvinda com o Grupo Coral
Infantil de Loulé, composto por cerca de 120 crianças do concelho, e dirigido
pelo professor Ricardo Jorge, cuja atuação está prevista para o dia 22 de
setembro, num espetáculo que promove a valorização do património cultural
imaterial, nomeadamente das canções ligadas ao imaginário coletivo infantil. Mas
a articulação da programação do Cine-Teatro Louletano com estruturas do concelho
está patente também na sinergia estabelecida, por exemplo, com a associação
cultural Mákina de Cena ao nível da dinamização do seu Clube de Leitura
Teatral, de periodicidade mensal. Aproveitando a vinda de várias companhias de
teatro ao Cine-Teatro, os respetivos encenadores são desafiados a dinamizar
sessões do referido Clube de Leitura, criando-se assim também uma concertação
em torno das programações dos dois espaços que potencia igualmente a circulação
e criação de novos públicos para o universo teatral.
O acolhimento da primeira coprodução realizada em parceria
entre as associações culturais Folha de Medronho e Mákina de Cena – duas das
mais recentes estruturas sediadas no concelho/cidade, denominada «encanecer» e
a sua integração na Bolsa de Apoio ao Teatro 2019 são também reveladoras desta
estratégia de dar espaço aos projetos locais valorizando iniciativas inovadoras
e que denotam boas práticas, como sejam esta de criar uma peça inédita com
elementos de diferentes grupos de teatro do concelho. De assinalar ainda o
acolhimento da comemoração dos 20 anos da Tuna Universitária Afonsina de Loulé
(TUALLE) prevista para o mês de novembro, a realização da 4.ª Gala dos Fadistas
Louletanos e o espetáculo «Opera Rocks», uma produção da associação de Lagoa «Ideias
do Levante» e que conta no seu elenco com um reconhecido músico a residir em
Loulé: o vocalista e guitarrista holandês Ray van Duijvenbode.
Não menos importante é a preocupação expressa de
descentralizar a oferta cultural do Cine-Teatro, no sentido de privilegiar o
interior do concelho, sendo disso exemplo a continuação da parceria
estabelecida com a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença, onde a 28 de
setembro atuará o prestigiado Ensemble Trisonante (vindo de Áustria) para
revisitar um cativante repertório de música clássica. O mesmo sucede com os
espetáculos «Stop» e «Laia e o voo da imaginação», da responsabilidade dos coletivos
«Mikrópodium Puppet Family» e «Tu Mateixa Marionetes», respetivamente, ambos
programados no âmbito do Festival FOMe, que vão realizar-se, mais uma vez, no
interior do concelho de Loulé, nestes casos na Fonte Pequena na freguesia de
Alte.
Linha orientadora subjacente a toda a programação do
Cine-Teatro Louletano tem sido também o destaque conferido aos artistas
sediados no concelho de Loulé e na região algarvia de um modo mais lato, sendo de
prever na próxima temporada a apresentação de showcases que dão a
conhecer vários projetos artísticos algarvios (pré-selecionados) junto de
programadores estrangeiros que estarão em Loulé a 21 de setembro na iniciativa
RHI (Revolution Hope Imagination), um projeto do Art Institute sediado em Nova
Iorque que visa a circulação internacional de projetos portugueses. O objetivo
do RHI é fomentar um diálogo entre a Arte e os Negócios, a Cultura e o Turismo
e trazer essa discussão para Portugal através de uma semana de talks, workshops
e espetáculos por todo o país, reunindo curadores, programadores culturais e
artistas vindos de várias partes do mundo. Este diálogo mundial, terá lugar em
Portugal entre 14 e 21 de setembro de 2019 e passará por Lisboa, Torres Vedras,
Caldas da Rainha, Óbidos, Guimarães, Leiria, Alcobaça, Évora, Vidigueira, Loulé
e Funchal.
Colocar o enfoque em projetos locais e regionais com
qualidade artística e promover a sua circulação na região têm sido também uma
tónica da programação do Cine-Teatro Louletano, e disso é exemplo a estreia em
Loulé da banda «Plasticine», sediada em Lagos e constituída por um grupo
eclético de reconhecidos músicos que apresentam o seu primeiro disco a 28 de
setembro no Auditório do Solar da Música Nova, no âmbito do ciclo «Ilustres
Desconhecidos». Seguindo o mesmo diapasão, e em resposta a uma encomenda para a
comemoração do Dia Mundial da Música, é de destacar o concerto inédito do
músico brasileiro Paulinho Lêmos, residente no Algarve, e seus convidados, os
quais estão a preparar um repertório muito especial (composto por grandes
canções de compositores nacionais) a acontecer no Auditório do Solar da Música
Nova, a 1 de outubro, o qual envolverá também alguns docentes do Conservatório
de Música de Loulé.
No âmbito da Bienal Ibérica do Património Cultural que se
assinala, este ano, em Loulé entre 11 e 13 de outubro, a programação deste
importante evento internacional reflete mais uma vez a valorização dos artistas
locais, com uma encomenda do Cine-Teatro Louletano ao prestigiado acordeonista
Nelson Conceição, que irá apresentar a 11 de outubro no Auditório do Solar da
Música Nova um concerto inédito em parceria com outros músicos algarvios e um
ensemble da Banda Filarmónica Artistas de Minerva. O concerto em torno da obra
da poetisa Sophia de Mello Breyner, interpretado pela Orquestra de Jazz do
Algarve, resulta de uma encomenda àquela estrutura musical e acontece a 1 de
dezembro no Cine-Teatro Louletano como encerramento das comemorações oficiais
do centenário de Sophia organizadas conjuntamente pelos municípios de Loulé e
Lagos.
De frisar igualmente o convite endereçado ao conceituado músico algarvio Vítor Bacalhau para realizar a primeira parte do concerto de Jack Broadbent – uma das prestigiadas presenças internacionais, em absoluta estreia a sul do país, na programação musical do Cine-Teatro para dia 23 de novembro. Nota ainda para o desafio lançado a Filipa Faísca, conhecida artesã natural de Querença e amante e divulgadora da literatura oral tradicional, para participar, em jeito de homenagem, na rubrica regular «Dos Sabores da Cultura» (a 19 de dezembro no palco do Cine-Teatro), na qual vai revisitar a sua vida acompanhada de muitos amigos e admiradores do seu notável percurso em defesa do património cultural.
De frisar igualmente o convite endereçado ao conceituado músico algarvio Vítor Bacalhau para realizar a primeira parte do concerto de Jack Broadbent – uma das prestigiadas presenças internacionais, em absoluta estreia a sul do país, na programação musical do Cine-Teatro para dia 23 de novembro. Nota ainda para o desafio lançado a Filipa Faísca, conhecida artesã natural de Querença e amante e divulgadora da literatura oral tradicional, para participar, em jeito de homenagem, na rubrica regular «Dos Sabores da Cultura» (a 19 de dezembro no palco do Cine-Teatro), na qual vai revisitar a sua vida acompanhada de muitos amigos e admiradores do seu notável percurso em defesa do património cultural.
O festival transdisciplinar Verão Azul que o Cine-Teatro
Louletano acolhe pela terceira edição consecutiva, entre 17 e 27 de outubro
próximo, cumpre também as três funções atrás referidas: o envolvimento da
comunidade local, a descentralização da oferta cultural e a afirmação de
artistas locais e regionais. Assim, contemplará a apresentação de um formato
inédito de spoken word ao músico e performer João Caiano (e seus
convidados), um espetáculo dirigido a escolas do 1.º ciclo, «Antiprincesas –
Clarice Lispector» de Cláudia Gaiolas, no Parque Municipal (junto ao CECAL); um
percurso áudio, denominado «The Walk #2», com Cátia Pinheiro pelo centro
histórico de Loulé; e o projeto «Pergunta», pelo coletivo Mil Metros2 (do
Chile), que promoverá a escuta da cidade/dos seus moradores em Quarteira. O
envolvimento do tecido associativo da cidade de Loulé concretiza-se através da
realização dos workshops previstos para o festival nos seguintes espaços: sede
da Mákina de Cena (workshop de bateria e percussão com Gabriel Ferrandini);
sede da Academia Iluminarte da Associação Artística Satori (workshop de corpo e
performance com o brasileiro Gustavo Ciríaco); e a sede da Casa da Cultura de
Loulé (masterclass de fotografia com André Cepeda).