Há pouco mais de uma década que é assim, não todos os anos, mas de dois em dois, para não banalizar o evento, para que este não caia na rotina, acima de tudo, para aumentar as expetativas ao máximo. E, sem dúvida, as expetativas eram imensas para o último sábado de agosto, precisamente o dia 31, o derradeiro do mês mais quente do Algarve, aquele em que o espírito do branco tem regresso marcado para a cidade de Loulé. E a festa oficial de despedida do Verão algarvio, a Noite Branca de Loulé, esteve à altura dos acontecimentos, como o comprovam os muitos, mas mesmo muitos milhares de pessoas que rumaram a Loulé, de tal modo que, a partir de determinada hora, foi uma verdadeira dor de cabeça entrar na cidade.

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Há quem se queixe do excesso de pessoas, da dificuldade que é para circular pelas principais artérias de Loulé nesta noite, de ir de um palco para o outro, e havia vários, em frente ao edifício da Câmara Municipal, no Largo Eng.º Duarte Pacheco, na Avenida José Costa Mealha, na Alcaidaria do Castelo, na Cerca do Convento, no Largo de São Francisco, no Largo D. Afonso III e no Largo Bernardo Lopes, para além de outros locais onde acontecia animação sem pausa. Música para todos os gostos, dança, ginástica, performances deslumbrantes, decoração a preceito, mil e uma coisas para se apreciar logo a partir das 20h03. Por isso, é natural que estivesse, de facto, um autêntico mar de gente em Loulé. Mas isso é reflexo da categoria, da qualidade, da imponência da Noite Branca de Loulé. Portanto, como era praticamente impossível assistir a tudo o que acontecia, este é um daqueles eventos que obriga, de certa forma, a alguma planificação da parte do visitante, que convém decidir a priori que espetáculos pretende ver e deslocar-se a tempo e horas para estar nesse local.

O objetivo da Noite Branca de Loulé é proporcionar a residentes e visitantes um programa cultural e de animação único e inesquecível, mas, acima de tudo, momentos de puro prazer e descontração. E, apesar da confusão natural de estarem tantos milhares de pessoas no evento, o sentimento generalizado foi de alegria, tudo de sorrisos nos lábios, a tirar milhares de fotos, e, claro, tudo vestido a rigor, porque o branco era obrigatório e transversal às várias manifestações, que iam, conforme referido, da música à animação de rua, da moda à pintura, do novo circo às artes plásticas.


Para aumentar ainda mais a expetativa, a programação da Noite Branca de Loulé só foi conhecida na véspera e incluía nomes como Gabriel o Pensador, Conan Osiris, Stereossauro, Goldcobra, DJ Ride, Elvis Extravaganza pela Orquestra de Jazz do Algarve, DJ Christian F, Riding a Meteor, Ana Isabel Arroja, Rebel Kidz Crew, entre tantos outros. Depois, os artistas da Satori, os atletas do GCL Ginástica e LDC Ginástica, os bailarinos da Associação de Dança do Algarve e da Urban Xpression, os Toca a Rufar, o Ensemble de Flautas de Loulé, astronautas, exibições de capoeira, acrobatas e músicos voadores, tanta, mas também coisa para se ver, que nem é possível fazer uma descrição exaustiva. 

Resumindo, uma noite imperdível, mais uma daquelas que fica na memória de quem esteve presente e que deixa uma sensação de vazio naqueles que não puderam estar em Loulé na noite de 31 de agosto. Agora, resta esperar por 2021 para nova edição.


Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina