No âmbito das comemorações do 40.º aniversário da
Universidade do Algarve está patente ao público, até 7 de fevereiro, na Escola
Secundária de Loulé, a exposição «Universidade do Algarve – 40 anos a criar
futuro». A mostra foi inaugurada, a 9 de maio do ano
transato, na Assembleia da República, por ter sido a única universidade
portuguesa nascida por Lei da Assembleia da República.
O Projeto de Lei deu entrada em 19 de abril de 1977 e
mereceu aprovação unânime do Parlamento a 16 de janeiro de 1979, permitindo
que, em 28 de março, fosse publicada a Lei n.º 11/79, que criou a Universidade
do Algarve. Essa unanimidade assinalou de forma inédita a criação da
Instituição, que surgiu, assim, da «vontade dos algarvios». Esta exposição
itinerante e interativa pretende mostrar e explicar o que aconteceu ao longo
destes 40 anos e, como a história de qualquer instituição é feita por pessoas e
factos, são nela retratados momentos importantes, desde a sua génese até à
atualidade, dando a conhecer ainda as linhas de investigação da UAlg. Atenta
aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que definem as prioridades e
aspirações globais para a Agenda 2030 e requerem uma ação à escala mundial,
dentro dos limites do planeta, o visitante ficará a conhecer as inúmeras linhas
de investigação da Universidade do Algarve e o seu compromisso com os 17
Objetivos definidos no contexto da Organização das Nações Unidas (ONU).
Estabelecendo um plano de ação assente no ambiente, no
combate às alterações climáticas, nas pessoas e no planeta, esta exposição
mostra de que forma a UAlg pretende ser um contributo local para o
desenvolvimento global. E, ao longo dos anos, o Município de Loulé tem sido um
importante parceiro da Universidade do Algarve, através de diversas ações e
projetos que visam incrementar a competitividade da região no contexto nacional
e internacional, conforme recordou, durante a inauguração da exposição, Vítor
Aleixo. “Espero que esta exposição possa servir de «detonador» na consciência daqueles
que a visitem do orgulho que os algarvios devem sentir por este estabelecimento
de ensino superior que se tem vindo a afirmar ao longo dos anos e a ganhar
notoriedade nacional e internacional. As universidades, como centros de
produção de conhecimento e de irradiação de cultura, precisam da sedimentação e
experiência que só o tempo traz, mas, apesar de ainda só ter 40 anos, já todos
sentimos a importância da Universidade do Algarve na nossa região e nas nossas
vidas”, salientou o presidente da Câmara Municipal de Loulé.
O edil declarou que, nos tempos que correm, os atores públicos
e privados sentem uma necessidade crescente de se articularem com a universidade
para melhor prestarem o seu serviço à comunidade. “Para mim é impensável, como
autarca, perspetivar o trabalho que temos pela frente, e que é cada vez mais complexo
e sistémico, sem interagirmos com a UAlg de uma forma regular, profunda e
alargada”, afirmou, confessando que, na sua primeira passagem pela presidência
da Câmara Municipal de Loulé, não existia essa articulação tão vincada com o
ensino superior. “Desde 2013 que me habituei a ir frequentemente à Universidade
do Algarve, a participar nas suas iniciativas, a ter uma relação mais próxima
com os professores, e Loulé tem ganho com isso. Por outro lado, a nossa ligação
à Escola Secundária de Loulé também é cada vez mais profunda, porque entramos
numa era em que todos precisamos de todos”, frisou Vítor Aleixo. “O meu
entusiasmo com os projetos ambiciosos que temos agendados para o futuro é cada
vez maior porque me sinto bem acompanhado pelas escolas do concelho e pela Universidade
do Algarve. Uma comunidade instruída e educada é fundamental num mundo
competitivo em que o conhecimento anda à frente de tudo”, concluiu o autarca.
Orgulhosa por acolher esta exposição mostrou-se igualmente Renata
Castanheira Afonso, diretora da Escola Secundária de Loulé, que foi, precisamente,
a primeira escola do país a receber a mostra que recorda os 40 anos de
existência da Universidade do Algarve. “Hoje temos que viver em estreita
articulação com as instituições que nos rodeiam e é isso que fazemos com muito gosto
com a Universidade do Algarve. Ainda este ano tivemos três alunas que receberam
bolsas de mérito por ingressarem com a nota mais elevada na UAlg nos respetivos
cursos e como primeira escolha”, destacou, acrescentando que o desenvolvimento
que a Academia trouxe à região é indiscutível. “O Algarve não seria o mesmo sem
esta universidade, na medida em que o conhecimento atrai sempre riqueza para as
regiões em que é criado e partilhado. Vamos tentar que esta exposição seja
visitada pelo maior número de pessoas, divulgando-a junto da Associação de Pais
e da comunidade local”.
A finalizar o momento inaugural interveio Paulo Águas,
Reitor da Universidade do Algarve, que mais uma vez veio munido de números
importantes para suportar as suas palavras. “Não haverá memória de sociedades
que tenham definhado por terem conhecimento a mais. Já o contrário tem grandes
implicações em termos de participação cívica das pessoas e do desenvolvimento económico
e social das regiões”, garantiu, enfatizando a importância dos jovens prosseguirem
os seus estudos no ensino superior. “Através do Concurso Nacional de Acesso ao
Ensino Superior, a Escola Secundária de Loulé representa aproximadamente seis por
cento dos alunos que chegam à Universidade do Algarve, um número bastante
significativo. Na última década foi a terceira escola secundária do país que
mais alunos teve a ingressarem na UAlg, o que para nós é uma honra, mas também
uma responsabilidade. Este ano, nas três fases do Concurso Nacional de Acesso,
96 jovens que concluíram a sua formação secundária em Loulé foram colocados na
UAlg”, revelou.
Nascer no Algarve não deve ser, na opinião de Paulo Águas,
um entrave ao acesso ao ensino superior, contudo, a região está abaixo da média
nacional nesse indicador. De facto, 80 por cento dos jovens que terminaram o
ensino secundário em 2017/2018 em Portugal estavam inscritos numa instituição
de ensino superior no ano letivo seguinte, em termos de cursos científico-humanísticos,
valor que, no Distrito de Faro, foi de 75 por cento. “Temos a segunda taxa mais
baixa do país de prosseguimento de estudos e não podemos ficar conformados com
isso. Esse valor, em Loulé, é de 76 por cento, estando São Brás de Alportel à
frente deste indicador, no Algarve, com 89 por cento”, evidenciou o Reitor. “Em
2018/19, 1.469 residentes no concelho de Loulé estavam inscritos no ensino superior,
uns no Norte, outros no Centro, outros em Lisboa, mas 849 estão na Universidade
do Algarve. E temos igualmente uma percentagem interessante de diplomados provenientes
deste concelho”, finalizou Paulo Águas.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina