Inserido no 4.º Festival «Encontros do DeVIR», o Cine-Teatro Louletano recebeu, no dia 25 de maio de 2018, o espetáculo de dança «Brother», da autoria de Marco da Silva Ferreira, uma das figuras mais reconhecidas da nova geração de criadores da dança contemporânea nacional. E que hoje recordamos no âmbito do Dia Mundial da Dança. 

«Brother» é uma criação para sete intérpretes que estabelece uma relação de complementaridade com o anterior trabalho «Hu(r)mano». “Em ambos, o foco é a dança existente em contexto de grupo, mas descolam-se uma da outra nas referências temporais e no processo de composição. Se em «Hu(r)mano» se abstratiza e se formaliza a dança contemporânea urbana, em «Brother» olha-se para uma ancestralidade comum e procura-se pontos de afinidade e similaridade que sobreviveram às passagens geracionais e que estão reminiscentes nos corpos e na dança que ainda hoje se desenvolve. O que procuramos juntos através da dança?”, questionou o produtor.

O espetáculo compõe-se através do mimetismo constante entre os intérpretes que é gerador de movimento, comportamentos e padrões. “Desenvolve-se vocabulário não-verbal que se regenera e se transforma ao longo do tempo através de compromissos ou desbloqueadores que individualmente cada um manifesta. Surgem e desvanecem pontes móveis entre o agora e o longínquo. À macro-escala, é uma reflexão sobre herança, memória, códigos, processo de aprendizagem e transmissão. «Brother» é também um incómodo («bother»), uma tentativa de pulsar comum, uma sensação de pertence e de afeto, um eco de forças externas e, no fundo, uma assumida fragilidade pela constatação de perda e finitude. Um pernoitar por este lugar que se faz fazendo”, explica.

Com Direção Artística e Coreografia de Marco da Silva Ferreira e Assistência Artística de Mara Andrade, «Brother» foi interpretado por Anaísa Lopes, Cristina Planas Leitão, Duarte Valadares, Marco da Silva Ferreira, Vítor Fontes, Filipe Caldeira, Max Makowski. A Direção Técnica e Desenho de Luz foram de Wilma Moutinho, a Música de Rui Lima e Sérgio Martins, estando a Operação Técnica a cargo de Cláudia Valente e a Produção Executiva de Célia Machado. O espetáculo foi uma produção «Pensamento Avulso, associação de artes performativas» e uma coprodução do Teatro Municipal do Porto, São Luiz Teatro Municipal, Centre Choéographique National de Rillieux-la-Pape | Direction yuval Pick (FR).

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Leia a reportagem completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__246