A Eurocidade Guadiana, constituída pelos municípios de Vila
Real de Santo António e Castro Marim e o Ayuntamiento de Ayamonte, festejou, em
maio, o seu sétimo aniversário, mas pode-se dizer que foi em 2018, quando lhe
foi conferida o estatuto de AECT – Agrupamento Europeu de Cooperação
Territorial, que efetivamente começou a ter condições para desempenhar
verdadeiramente as funções para as quais foi criada, uma vez que passou a poder
candidatar-se e gerir fundos comunitários. Na génese, este modelo de cooperação
de segunda geração pretendia sobretudo a partilha de equipamentos, a criação de
uma marca turística conjunta, o lançamento de um canal de rádio e a realização
de eventos comuns em ambos os lados do Rio Guadiana. Por isso, ainda sem
personalidade jurídica, foi promovendo encontros para auscultar alguns
parceiros e dinamizando eventos como a Virgem das Angústias em Vila Real de
Santo António ou a vinda dos Reis Magos a Castro Marim e a Vila Real de Santo
António. “Recorde-se que estamos perante três municípios periféricos e que dois
deles vivem profundas dificuldades financeiras que os levam a ser
intervencionados pelo Estado, com todas as consequências que isso acarreta,
nomeadamente no que toca à criação de novas despesas”, indica Luís Romão,
vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e Diretor da Eurocidade
Guadiana.
Ora, se o estatuto de AECT aumenta substancialmente o
potencial da entidade, implica também um acréscimo do nível de
responsabilidade, conforme se nota por todo o cuidado com que foi concebida a
candidatura EuroGuadiana 2020, em parceria com as Universidades do Algarve e de
Huelva, no valor de 1 milhão e 200 mil euros, e que viria a ser aprovada pelo
INTERREG. E para fazer face aos desafios colocados pela Eurocidade Guadiana, que
neste momento é presidida por Natalia Santos, alcandesa de Ayamonte, foi
constituída uma equipa técnica formada por Fran Muñoz, Mirian Carrasco e
Yolanda Macias (Ayamonte), Núria Guerreiro (Castro Marim) e Rita Barradas e
Filipe Santos (Vila Real de Santo António). Quanto ao EuroGuadiana 2020, contempla
seis ações extremamente importantes para o desenvolvimento sustentado do
território, logo a começar pela Governança e Coordenação Municipal. “No fundo,
o que se pretende é que os políticos pensem neste território como algo único, e
não como três municípios separados, o que permitirá ganhos de escala. Só que
ter uma estratégia para um município já é um desafio, imagine-se para três que
pertencem a dois países diferentes e onde as cores políticas podem ser distintas”,
considera o entrevistado.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__254