Lídia Jorge foi distinguida, no dia 28 de agosto, com um dos
maiores prémios de literatura para autores latinos, o Prémio FIL de Literatura em
Línguas Românicas 2020, atribuído pela organização da Feira Internacional do
Livro de Guadalajara, na cidade do México. Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal
de Loulé, já considerou que o prémio “é um reconhecimento justíssimo de uma
escritora e grande humanista que, ao longo da sua carreira, tem contribuído
para a promoção da língua portuguesa e, simultaneamente, da cultura latina no
mundo”, acrescentando que “para mim, autarca louletano, admirador e leitor da
escritora, é uma enorme felicidade ter a honra de, em nome de todos os
louletanos, dar os parabéns à nossa conterrânea por esta distinção que tanto nos
enobrece e nos confere uma responsabilidade acrescida para continuar a
trabalhar no sentido de fortalecer o papel da Cultura na comunidade”.
Lídia Jorge e o seu enorme Humanismo obtêm, assim, este
galardão. “Convida sempre os seus leitores a ir com ela a algum lado e fá-lo
com uma subtileza estética eu não pode, nem deve, passar desapercebida”,
sublinha o júri do Prémio, que será entregue a 28 de novembro. A Feira
Internacional do Livro de Guadalajara (1987) foi idealizada e criada pela
universidade daquela cidade mexicana e é hoje um dos maiores acontecimentos literários
a nível universal. Tem um forte impacto local e uma grande participação
internacional, sendo o maior evento literário de língua espanhola e a segunda maior
feira do livro a nível mundial, a seguir à de Frankfurt, na Alemanha. O Prémio
FIL de Literatura em Línguas Românicas, criado em 1991, tem como objetivo
distinguir uma obra de criação de qualquer género literário, e já premiou,
entre outros, os seguintes escritores: Nicanor Parra (1991), Nélida Piñón
(1995), Rubem Fonseca (2003), António Lobo Antunes (2008), Claudio Magris (2014),
Enrique Vila-Matas (2015).
Lídia Jorge foi distinguida ao longo da sua carreira por
vários prémios, casos de: Prémio Ricardo Malheiros (1980), Prémio Literário
Município de Lisboa (1982, 1984), Prémio Bordalo de Literatura da Casa da
Imprensa (1995, 1998), Prémio D. Dinis (1998),
Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1999), Prémio Máxima de
Literatura (1999), Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu
do Ano (2000), Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (2002), Prémio
Literário Casino da Póvoa (2004), Prémio Internacional Albatroz de Literatura da
Fundação Günter Grass (2006), Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), Prémio
Vergílio Ferreira (2015) e Prémio Urbano Tavares Rodrigues (2015) e o Grande
Prémio de Literatura dst (2019). Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique de Portugal (9 de março de 2005) e com a distinção de Dama
da Ordem das Artes e das Letras de França (13 de abril de 2005).
Tem uma vasta obra publicada, passando pelos diversos
estilos literários desde romances, contos, literatura infantil, ensaio, teatro,
poesia e crónicas. A sua primeira obra, «O Dia dos Prodígios» (1980), teve uma
excelente aceitação e nos 30 anos da sua publicação a Câmara Municipal de Loulé,
em 2010, dedicou-lhe uma grande exposição, realizada no Convento de Santo
António.