Advogado de profissão, mas apaixonado pelos cavalos desde tenra idade, João Pedro Miranda abriu-nos as portas da Coudelaria Casa Miranda, no Algoz, concelho de Silves, em plena preparação da Lusitanus Miranda Dressage Team para mais uma final do Campeonato Regional de Dressage do Algarve, que tem lugar, no dia 27 de setembro, em Vilamoura. Mas, antes de avançarmos para a vertente competitiva, a conversa teria obrigatoriamente que começar pela criação da nova coudelaria. “Não era um sonho daqueles que tínhamos muita pressa em concretizar, mas era algo que estava implícito em todo o percurso que eu e a minha esposa Iris vínhamos fazendo há largos anos. Somos ambos profissionais de equitação e, mais do que ninguém, gostamos de sentir bons cavalos, a sua funcionalidade e montabilidade, o seu caracter. Em 2019, adquirimos uma égua com uma linhagem muito interessante e já tínhamos comprado outra, em 2018, da qual nasceram, no ano passado, uma poldra e um poldro. Foram os primeiros a levar o ferro da Casa Miranda”, conta o entrevistado, acrescentando que a nova égua também já foi «enchida» em 2020. “Se tudo correr bem, em 2021 teremos mais três produtos da nova coudelaria, ficamos com cinco, que já é um número considerável”.

A cereja no topo do bolo para o casal seria conseguir montar, numa competição, um cavalo da sua criação, um percurso que está agora no início com o «enchimento» das éguas, uma ciência que, embora esteja bem mais evoluída do que no passado, não é exata, alerta o treinador de equitação e juiz nacional de provas. “A genética é algo muito complexo e não há garantias de que uma égua boa engravidar de um cavalo bom se traduza num poldro bom. Nós temos a vantagem, enquanto cavaleiros, de possuir um melhor conhecimento daquilo que um cavalo nos pode dar no que toca à montabilidade. Depois, perante as características das nossas éguas e da sua linhagem, tentamos arranjar garanhões que preencham as suas eventuais lacunas físicas e psíquicas, em termos de tamanho e andamento, para sair um produto o mais perto possível do que gostaríamos de obter”, explica, recordando que, tanto ele como a esposa Iris, há mais de duas décadas que competem profissionalmente e dão consultadoria a coudelarias. 

Texto: Daniel Pina

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