O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, deslocou-se a Quarteira, no dia 8 de setembro, para presidir à inauguração oficial da Estação Salva-Vidas e do Posto Marítimo de Quarteira, localizadas no Porto de Pesca de Quarteira, numa cerimónia que contou com as presenças do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante António Mendes Calado, do presidente da Comissão de Defesa Nacional, Marcos Perestrello, do Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e do Diretor-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima, Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, para além de vários deputados algarvios na Assembleia da República e dos responsáveis autárquicos locais.

Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, Diretor-Geral da Autoridade Marítima
e Comandante-Geral da Polícia Marítima
Uma moldura humana que reconheceu o trabalho efetuado na Estação Salva-Vidas de Quarteira, que, recorde-se, foi ativada a 27 de maio do corrente ano e, neste período, já registou 16 saídas de socorro, tendo assistido três embarcações e 34 pessoas. “O dispositivo da Autoridade Marítima Nacional é o conjunto dos meios, pessoas e infraestruturas e das práticas e procedimentos que nos permitem dar uma determinada resposta operacional. E, quando assumi estas funções, há cerca de quatro anos, saltou-me logo à vista uma lacuna grande na área do salvamento aqui no Algarve”, referiu o Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, explicando que, entre Portimão e Olhão, não existia qualquer Estação Salva-Vidas. “Edificar, em Quarteira, uma Estação Salva-Vidas foi, talvez, uma das minhas primeiras decisões estratégicas. Expressei essa preocupação ao presidente da Câmara Municipal de Loulé, que me disse logo que a Autoridade Marítima Nacional podia contar com todo o apoio que a autarquia pudesse dar. Faltava o apoio, amigo, do Ministério do Mar, através da Docapesca, que nos disponibilizou este espaço e aquele onde fica o Posto Marítimo”.
Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé
Reunidas as vontades e as capacidades, o sonho realizou-se, para satisfação do Diretor-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima. “Graças ao alinhamento destas vontades estamos em condições de continuar a prestar um serviço público e de proximidade às populações, muito mais capaz e eficiente”, garantiu o Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, antes de passar a palavra a Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé. “É um dia muito importante para a freguesia de Quarteira e para todo o concelho de Loulé. Quarteira vive intensamente o mar e o seu legado, a história das suas gentes está intrinsecamente ligada à atividade piscatória, sendo que, hoje em dia, no Porto de Quarteira contam-se mais de 250 embarcações de pesca. Quarteira é também uma zona balnear de renome, que vê a sua população triplicar nos meses de Verão. Aqui, o binómio «sol e praia» é o grande atrativo de milhares de famílias e turistas, que escolhem todos os anos o concelho de Loulé para desfrutar do seu tempo de repouso”.


Vítor Aleixo falou dos dois quilómetros de praia de Quarteira galardoadas com Bandeira Azul e outras distinções ambientais, das suas múltiplas concessões balneares e de uma intensa atividade náutica de recreio, “pelo que é nosso dever dar resposta às necessidades prementes da população local, sobretudo dos pescadores, e dos visitantes, para garantir a sua segurança, tanto em mar como em terra”. “Estas infraestruturas permitem proporcionar aos munícipes e a todos os que visitam o concelho de Loulé um grau de segurança de excelência, no que respeita ao salvamento e socorro a náufragos, mas também na fiscalização e policiamento”, salientou o edil louletano, que enalteceu as vantagens do relacionamento da autarquia com a Autoridade Marítima Nacional na prossecução do interesse público. “Melhorar o desempenho dos serviços e órgãos da administração pública beneficia, com certeza, os seus utentes e a cidadania em geral. Por isso, a Câmara Municipal de Loulé atribuiu um financiamento de 725 mil euros para apoiar a recuperação e adaptação destas infraestruturas, no âmbito de um protocolo assinado, em 2019, e que inclui também a recuperação de umas moradias para instalação de marinheiros em serviço na freguesia de Quarteira”.


O responsável autárquico recordou que a Estação Salva-Vidas de Quarteira já salvou vários praticantes de kitesurf, assistiu pessoas na praia de Quarteira, auxiliou um veleiro ao largo de Vilamoura e realizou apreensões em ações de policiamento. “O investimento ainda há pouco tempo foi efetuado e já começa a dar resultados. Estou convicto de que este dia irá marcar positivamente toda a comunidade quarteirense e os seus pescadores, que vivem do mar e para o mar”, afirmou Vítor Aleixo. “Para nós estão, em primeiro lugar, as pessoas, a sua segurança e bem-estar”, reforçou.

João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional
Antes do descerrar da placa alusiva à inauguração do equipamento, o Ministro da Defesa Nacional reconheceu que o Algarve se encontrava desguarnecido nesta matéria, nomeadamente entre Portimão e Olhão. “Estas instalações permitem melhorar as condições de trabalho dos elementos da Autoridade Marítima Nacional e de atendimento ao público que servem, assim como da busca e salvamento marítimo. Aqueles e aquelas cuja atividade diária está ligada ao mar entendem a importância das estruturas de apoio, vigilância e fiscalização que a Autoridade Marítima Nacional proporciona em todo o território nacional”, indicou João Gomes Cravinho, realçando o compromisso do Governo para a contínua valorização, consolidação e modernização desta estrutura vital para o exercício da soberania nacional no mar e nas áreas sob jurisdição marítima. “E estamos comprometidos com o trabalho contínuo de consolidação de competências da centenária Polícia Marítima, assegurando, apesar das difíceis circunstâncias económicas e sociais que a pandemia nos trouxe, o gradual reforço dos seus efetivos”.


O governante voltou a agradecer o apoio da Câmara Municipal de Loulé e da Docapesca para a concretização da Estação Salva-Vidas e Posto Marítimo de Quarteira, “que refletem o reconhecimento da importância da Autoridade Marítima Nacional para a comunidade e para o país”. “Esta colaboração resulta diretamente do seu prestígio, e da qualidade, profissionalismo e dedicação dos seus militares, militarizados e civis. Mas é também oportuno recordar o importante, e porventura menos conhecido, trabalho da Autoridade Marítima Nacional no apoio ao combate aos incêndios e à época balnear. A disponibilidade de todos os seus membros para serem parte integrante das soluções que o país e os portugueses precisam é inspiradora. Diariamente, a Autoridade Marítima Nacional garante a segurança dos navegantes, salva vidas, transporta doentes, combate a poluição no mar, contribui para a segurança da navegação através dos seus faróis e da manutenção dos farolins, boias e balizas”, destacou João Gomes Cravinho.


Entretanto, com a entrada em funcionamento do sistema «Costa Segura» em 2019, a Autoridade Marítima Nacional tem à sua disponibilização mais um instrumento, eficaz e de baixo custo, no apoio às atividades diárias, monitorizando eventos, em tempo real, em 28 instalações localizadas em toda a costa. “Fora de fronteiras, nas missões da União Europeia, a Polícia Marítima tem desempenhado um papel extraordinário na salvaguarda da vida humana no Mediterrâneo ao longo de sete anos e de forma permanente desde 2018. O número total de migrantes salvos ascende a mais de sete mil”, enfatizou o Ministro da Defesa Nacional. “Por todas estas razões, o Governo está comprometido com o objetivo de consolidar o edifício jurídico da Autoridade Marítima Nacional e com o reforço dos recursos humanos da Polícia Marítima. Desde 2017, abrimos três concursos que permitiram 39 novas admissões na Polícia Marítima e, dentro em breve, teremos mais 25 admissões, num processo que nos está a permitir recuperar, ano após ano, da situação deficitária resultante de uma década sem recrutamento. Damos, assim, o nosso contributo para que a Autoridade Marítima Nacional possa continuar a servir Portugal e os portugueses, em cooperação com as autarquias, a comunidade local e todos aqueles que potenciam o exercício da soberania nacional”, finalizou João Gomes Cravinho. 

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina