João de Mello Alvim adianta que pode bem acontecer que o fim do mundo nem sequer chegue, ou que sejamos nós todos a acabar primeiro, depois de termos tornado o mundo inabitável para todas as formas de vida existentes e conhecidas. “Pode bem acontecer que esse final não tenha nada de grandioso. Que seja apenas uma asfixia lenta, um definhar progressivo de toda a vida. Pode ser que depois do fim reste apenas um planeta povoado de fantasmas”, refere.
Ora, perante esta inevitabilidade anunciada, as primas de Godot preferem esperar sentadas e, para elas, é como se o tempo não existisse. “Talvez ainda não se tenham dado conta de que cada segundo que passa é um segundo a menos da vida que lhes resta. Olhos que não veem, coração que não sente. O que mais lhes dói é esta espera. Não se mexem sequer para ir tentar ver o que se passa, ou tentar mesmo evitar o fim anunciado. Nada. Esperam. E a elas, a espera, dá-lhes fome”, adianta o encenador.
Com Texto de Pedro Malaquias e Encenação, Dramaturgia e Ambiente Plástico de João de Mello Alvim, a Interpretação de «As Primas de Godot» está a cargo de Anália de Pina Manuel (estagiária) e Alexandra Diogo. A sexta criação da Folha de Medronho teve financiamento e apoio à produção da Câmara Municipal de Loulé e do Cineteatro Louletano, no âmbito da Bolsa de Apoio ao Teatro 2020.
Com Texto de Pedro Malaquias e Encenação, Dramaturgia e Ambiente Plástico de João de Mello Alvim, a Interpretação de «As Primas de Godot» está a cargo de Anália de Pina Manuel (estagiária) e Alexandra Diogo. A sexta criação da Folha de Medronho teve financiamento e apoio à produção da Câmara Municipal de Loulé e do Cineteatro Louletano, no âmbito da Bolsa de Apoio ao Teatro 2020.
Fotos: Diogo Simão