O Algarve vai produzir, de forma pioneira a nível nacional, um «Red Book – Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias». O livro será o culminar de um trabalho de investigação e inventariação no âmbito Projeto Magalhães ICC que junta o Algarve, Alentejo e Andaluzia, sendo promovido pela CCDR Algarve e desenvolvido no terreno pela Proactivetur.


O objetivo é proceder ao registo das artes tradicionais do Algarve e sua catalogação de acordo com o seu grau de risco ou de viabilidade, de modo a construir quatro listas de Domínio das Técnicas e Ofícios Tradicionais, designadamente: a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve Desaparecido; a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve que Pode Necessitar de Salvaguarda Urgente; a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve que Pode Necessitar de Salvaguarda; e a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve Atualmente Viável. “É fundamental conhecer com maior profundidade a realidade das atividades artesanais, no sentido de se poder apontar caminhos para a salvaguarda de importantes manifestações da identidade e memória coletiva do Algarve”, explica a CCDR Algarve, que, em 2010, já tinha criado o Projecto TASA – Técnicas Ancestrais Soluções Atuais, gerido desde então pela Proactivetour.

O livro é inspirado num Red Book desenvolvido no Reino Unido há vários anos que agrega as artes tradicionais ameaçadas, assim como no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, um estudo e catalogação das espécies ameaçadas existentes no território nacional que define, igualmente, ações de conservação daquelas que estão em maior risco de extinção. “Em Portugal não existe nada semelhante no que toca às Artes e Ofícios e pretende-se identificar as que já estão extintas e desenvolver um plano de resgate para as que estão a seguir por esse caminho”, refere João Ministro, da Proactivetour. “O livro deverá ser publicado em junho deste ano e o intuito é que, depois, se olhe para o estado atual das artes e se atue sobre aquelas que ainda têm viabilidade e importância no mercado, de modo a não desaparecerem”, reforça o empresário e engenheiro do ambiente.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Projecto TASA