A funcionar há pouco mais de um mês, o Espaço Ágora, na Quinta da Palmeira, no centro de Albufeira, congrega alguns dos projetos mais emblemáticos da APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excepcional do Algarve, mas a caminhada arrancou no último trimestre de 2019, altura em que recebeu o espaço da parte da Câmara Municipal de Albufeira com o intuito de se criarem mais respostas, a nível reabilitativo e social, no concelho, para as pessoas portadoras de deficiência.
“É muito diferente estarmos ao pé da maior parte dos nossos utentes, do que fazermos a intervenção na Escola Primária de Valverde, em frente ao Shopping da Guia, onde se localiza a nossa sede”, afirma Nuno Miguel Neto, Gestor de Projetos e de Relações Externas da APEXA.

O Ágora é, por isso, uma agregação de projetos e serviços na área educacional, reabilitativa e social, um amplo espaço de atendimento aos utentes e suas famílias, uma extensão da parte administrativa da APEXA, mas também a nova «casa» do RIA – Reabilitar e Intervir no Autismo, com consultas diárias e individuais e atividades pós-curriculares para grupos; e do «Pescador de Sonhos», mais focado no apoio ao estudo e à família. Para tal foram necessárias obras de requalificação deste antigo jardim-de-infância que estava fechado há quase seis anos, e que duraram alguns meses. “Contamos com o apoio regular da Câmara Municipal de Albufeira em termos de manutenção e limpeza e o RIA, como projeto vencedor do Prémio BPI la Caixa Capacitar, conquistou um apoio financeiro que nos permitiu criar novas salas e modificar alguns equipamentos, obras que ainda estão a decorrer. O resto são fundos próprios e donativos de mecenas”, explica Nuno Miguel Neto.

A inauguração oficial do Espaço Ágora estava agendada para 19 de março de 2020, para assinalar o aniversário da APEXA, mas, três dias antes, Portugal entrou em confinamento, devido à pandemia por covid-19. “Acabamos por fazer uma inauguração 100 por cento online, a 23 de dezembro, mas as respostas já se encontravam a funcionar em pleno e respeitando o contexto de pandemia. Temos muito cuidado com o número de utentes e com o número de técnico que trabalham com eles, para além, claro, de se respeitarem todas as medidas de segurança obrigatórias e mais algumas. Para além disso, criaram-se duas «bolhas», de modo que não há contato entre os dois projetos”, refere o entrevistado.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina