No âmbito do seu plano de produções musicais para 2021, a Ideias do Levante – Associação Cultural de Lagoa organizou, no dia 4 de abril, em parceria com o Município de Lagoa e com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lagoa, um Concerto de Harpa, via online, inserido na programação da Semana Santa Lagoa'2021 e na primeira edição do Festival de Harpa do Algarve. Helena Madeira interpretou, na Igreja da Misericórdia de Lagoa, vários temas sacros/religiosos de Alfonso X (1221-1284), D. Dinis (1291-1325), John Newton (1725-1807) e Teodoro Cottrau (1827-1879), entre outros.

O Festival de Harpa do Algarve é produzido pela Ideias do Levante, em parceria com vários Municípios do Algarve, sendo que, em cada edição, é proposta a recolha de donativos para auxiliar instituições sem fins lucrativos do Algarve na área de apoio social e humano. A primeira edição vai decorrer entre abril e outubro, via online e/ou presencial, em vários concelhos do Algarve, estando previstos concertos e/ou workshops em Albufeira, Lagoa e Loulé, entre outros. No que toca ao concerto em Lagoa, pretendeu, não só promover o repertório em redor da harpa, como também o património religioso/arquitetónico do Concelho de Lagoa e angariar fundos para a Santa Casa da Misericórdia de Lagoa. Durante todo o festival decorre igualmente uma campanha de angariação de fundos para o SOS Oncológico, uma associação sem fins lucrativos, de âmbito regional, que visa apoiar Doentes Oncológicos e Cuidadores do Algarve.

Licenciada em Antropologia e Língua Italiana, a lisboeta Helena Madeira iniciou o estudo do canto lírico com Fernando Serafim na Juventude Musical Portuguesa em 2004, frequentando, a partir de 2007, o curso de Canto e Harpa no Conservatório Nacional. Apesar de ter passado ainda pela Escola de Jazz do Hot Club em Lisboa, Helena Madeira define-se maioritariamente autodidata e numa constante busca de técnicas e influências. Participou em seminários sobre Canto com Lúcia Lemos, Claire Honigsbaum, Cathérine Rey, Meredith Monk e Jill Purce (Londres), e sobre Harpa, no Festival Internacional de Harpa de Edimburgo desde 2009, dedicando-se a partir dessa data ao estudo da Musicoterapia.

Gravou o seu primeiro disco em 2004 como cantora, na banda Dazkarieh e, de 2006 a 2014, foi vocalista da banda de world music MU, com quem gravou o álbum «Casanostra», em 2008 (Prémio Carlos Paredes 2009) e «Folhas que Ardem», em 2012. Apresentaram-se ao vivo em Espanha, Londres, Suécia, Roménia, Malásia e Índia. Em finais de 2014 apresentou o seu primeiro disco a solo, «Da Voz do Embondeiro», que a levou a tocar em Espanha, Brasil e em Cabo Verde, e em fevereiro de 2020, regressou, com «Cenário Divergente», às raízes da música portuguesa, onde a harpa se assume como rainha soberana na composição musical. A par dos seus trabalhos como compositora, foi convidada para diversas parcerias musicais, nomeadamente, ao lado do pianista Artur Guimarães, e da cantora Sofia Escobar, em 2016, no Hotel Ritz, em Lisboa.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Kátia Viola

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