Nascido em Chaves, em 1979, Salvador Santos vive no Algarve desde os quatro anos de idade, tendo crescido em Salir. Após estudar em Loulé rumou para Faro para frequentar o curso de Estudos Portugueses na Universidade do Algarve e por ali ficou a viver, tendo, entretanto, assumido funções de editor da «Sul, Sol e Sal». Há cerca de quatro anos mudou-se de malas e bagagens para Loulé e foi aí que nasceu, de forma inesperada, «Selvagem», um livro de poesia editado pela D. Quixote e que apanhou de surpresa o próprio autor. “Toda a minha vida persegui um romance. Sempre sonhei, desejei e trabalhei para um romance, tudo o que escrevi até há quatro anos está em cadernos e no computador e nada ligado à poesia. Nunca quis, nem me senti, poeta”, reconhece o entrevistado, à conversa na «Casa do Meio-Dia», em Loulé.
Foi o seu regresso a Loulé que despoletou, de facto, a veia poética de Salvador Santos, após um confronto de ideias com Carlos Albino, “depois de passar muitas horas a falar com ele sobre a Revolução, sobre o seu percurso como escritor e jornalista, e percebendo um grande silêncio na cidade”. “A minha poesia foi fruto de uma inquietação filosófica muito grande, de os dias de Loulé me parecerem sempre noites, de existir uma noite perpétua”, explica. E se escrever poesia não foi premeditado, muito menos o foi a publicação de «Selvagem», algo que ficou a dever-se bastante à conhecida escritora Lídia Jorge. “Fui fazendo textos com o intuito de colocá-los nas redes sociais, as pessoas liam ou não, comentavam ou não, e depois até os apagava, por já terem cumprido a sua obrigação. Mas nunca entendi que esses poemas tivessem pertinência, que fossem necessários. A Lídia Jorge pediu-me os poemas para os ler, juntei-os todos, dei-lhes um alinhamento coerente, ela acreditou neles e apresentou-os à Cecília Andrade, a editora”, relata.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Leia a entrevista completa em REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #304 by Daniel Pina - issuu