O Dia da Floresta Autóctone, que se celebra anualmente a 23 de novembro, foi instituído com o objetivo de promover e divulgar a importância da conservação das florestas naturais, nomeadamente das espécies que fazem parte do património natural português. A data foi escolhida por se considerar ser um dia mais adaptado às condições climatéricas em Portugal para se proceder à sementeira ou plantação de árvores, em alternativa ao Dia Mundial da Floresta, 21 de março, que foi criado inicialmente para os países do Norte da Europa, uma vez que a plantação de árvores durante a primavera em Portugal apresenta, frequentemente, uma baixa taxa de sucesso devido ao aumento das temperaturas e à fraca pluviosidade que se faz sentir antes do início do verão.


Para assinalar a data, o Município de Albufeira e o Centro Ciência Viva do Algarve decidiram proceder à plantação de 10 sobreiros – oferecidos por aquela entidade à autarquia – no dia 26 de novembro, na Quinta do Alpouvar, junto às Hortas Comunitárias. As bolotas destes 10 sobreiros foram recolhidas em novembro de 2019, em Monchique, e germinadas nas instalações do Centro de Ciência Viva do Algarve. Cada sobreiro tem em média 20 centímetros de altura, mas só daqui a 25 anos será possível proceder à primeira extração de cortiça. Para o plantio foram usadas pastilhas Ectoplant Protecção, oferecidas pela empresa Silvitec, que presta serviços e consultoria nas áreas da preservação, proteção e produção dos espaços agroflorestais. A pastilha irá permitir uma maior proteção à raiz das plantas, aumentando a taxa de sucesso das plantações.



Para o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, a ação revestiu-se de enorme simbolismo, uma vez que a preservação e plantação de espécies autóctones como o sobreiro – uma árvore de crescimento lento e grande longevidade, com mecanismos de adaptação que lhe permitem sobreviver a altas temperaturas e à escassez de água típica dos climas mediterrânicos – “constitui uma mais-valia no que respeita à conservação da natureza e da biodiversidade, produção de oxigénio, fixação de gases com efeito de estufa, proteção do solo e dos aquíferos, bem como na recuperação das áreas ardidas”. José Carlos Rolo lembrou ainda que este tipo de ações vai de encontro aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: Vida Terrestre, que visa proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e a perda da biodiversidade.

O autarca está convicto de que a colaboração de todos é essencial para garantir os referidos objetivos, pelo que desafia a comunidade (escolas, associações, empresas e munícipes em geral) a recolher algumas sementes de espécies autóctones, que as faça germinar e posteriormente proceda à sua plantação num terreno disponível. Refira-se que o sobreiro ocupa 720 mil hectares do território continental e cobre 22,3 por cento da nossa floresta, de acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional. Em finais de 2011, a Assembleia da República atribuiu ao sobreiro o estatuto simbólico de «Árvore Nacional de Portugal», chamando a atenção para o seu valor económico, social e ambiental.